Categoria cobra melhorias salariais, jornada reduzida e implementação de benefícios
Servidores administrativos da saúde do RN entram em greve por tempo indeterminado
Os servidores administrativos da saúde estadual do Rio Grande do Norte iniciaram, nesta segunda-feira (20), uma greve por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada por unanimidade em assembleia realizada no dia 15 de outubro e reflete o impasse nas negociações entre a categoria e o Governo do Estado, liderado pela governadora Fátima Bezerra (PT).
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN), os servidores reivindicam melhorias nas condições de trabalho e na remuneração. Entre os principais pontos da pauta estão a redução da jornada de trabalho para 108 horas mensais (equivalente a 30 horas semanais) e 144 horas mensais (equivalente a 40 horas semanais), conforme os diferentes vínculos funcionais.
A categoria também exige o pagamento de horas extras previstas no Artigo 30 da Lei nº 694/2022, que trata do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores da saúde. Outra reivindicação é a implementação do vale-alimentação, benefício que ainda não foi concedido aos trabalhadores administrativos da rede estadual.
Além disso, os servidores cobram o reajuste das gratificações destinadas a coordenadores e chefias, que estão congeladas há mais de 20 anos. Em nota divulgada pelo sindicato, a categoria defende que essas gratificações sejam calculadas com base em 20% do vencimento básico, como forma de valorização das funções de liderança exercidas nas unidades de saúde.
O Sindsaúde/RN aponta que os trabalhadores enfrentam baixa remuneração, negação de direitos básicos e sobrecarga de trabalho. Esses fatores, segundo a entidade, têm impactado diretamente a qualidade de vida dos servidores e o desempenho das atividades nas unidades de saúde pública do estado.

A greve ocorre em meio a um cenário de pressão por melhorias na gestão da saúde estadual, especialmente no que diz respeito à valorização dos profissionais que atuam na área administrativa. A categoria afirma que tem buscado diálogo com o governo, mas que não houve avanços concretos nas propostas apresentadas até o momento.
Durante o período de paralisação, os serviços administrativos nas unidades de saúde podem ser afetados, incluindo setores como recepção, agendamento, regulação, apoio técnico e gestão interna. O sindicato informou que manterá equipes mínimas para garantir o funcionamento de serviços essenciais, conforme determina a legislação vigente.
A mobilização dos servidores inclui atos públicos, assembleias permanentes e visitas às unidades de saúde para conscientização da população e dos demais profissionais sobre as reivindicações. A categoria também pretende intensificar a pressão junto à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e à Governadoria.
O Governo do Estado ainda não se pronunciou oficialmente sobre a greve. A expectativa é que novas rodadas de negociação sejam realizadas nos próximos dias para buscar uma solução que atenda às demandas dos servidores e minimize os impactos à população.
Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração
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