Deputado federal do PSOL substitui Márcio Macêdo e assume pasta responsável pela interlocução com movimentos sociais
Guilherme Boulos assume Secretaria-Geral da Presidência da República
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi nomeado ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. A nomeação foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (20) e será formalizada na próxima edição do Diário Oficial da União.
Boulos assume o cargo no lugar de Márcio Macêdo (PT-SE), que ocupava a função desde o início do atual governo, em janeiro de 2023. A mudança integra a reforma ministerial em curso no Palácio do Planalto e tem como objetivo fortalecer a interlocução do governo com movimentos sociais e organizações da sociedade civil.
A Secretaria-Geral da Presidência é uma das cinco pastas que funcionam dentro do Palácio do Planalto. Sua principal atribuição é articular o diálogo entre o governo federal e os diversos segmentos da sociedade civil organizada.
A escolha de Boulos para o cargo ocorre em um momento de reestruturação política do governo, com foco na mobilização da base social e na preparação para as eleições de 2026. O novo ministro terá como desafio ampliar a articulação com movimentos populares e reforçar a presença do governo em pautas sociais.
Durante a reunião que oficializou o convite, estiveram presentes, além do presidente Lula, os ministros Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e o próprio Márcio Macêdo.
Perfil
Guilherme Boulos tem 43 anos e nasceu na região de Pinheiros, em São Paulo. É filho dos médicos infectologistas e professores universitários Maria Ivete e Marcos Boulos. Estudou em escolas particulares até o ensino médio, quando solicitou transferência para uma escola pública.
Ingressou no movimento estudantil aos 15 anos e fundou um grêmio estudantil na Escola Estadual Fernão Dias Paes. Participou de protestos e de ações de alfabetização de jovens e adultos em comunidades da capital paulista.
É formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em psicologia clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e mestrado em psiquiatria pela USP. Atuou como professor da rede pública e é autor de livros como Por que ocupamos?, De que lado você está? e Sem Medo do Futuro.
Aos 19 anos, passou a viver em uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), organização da qual se tornou uma das principais lideranças. Foi coordenador nacional do movimento e atuou em diversas ações por moradia e reforma urbana.

Trajetória política
Filiado ao PSOL, Boulos foi candidato à Presidência da República em 2018. Disputou a Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024, sendo derrotado no segundo turno em ambas as ocasiões. Em 2022, foi eleito deputado federal por São Paulo com mais de 1 milhão de votos, sendo o mais votado do estado e o segundo mais votado do país.
Na Câmara dos Deputados, integrou comissões como a de Finanças e Tributação e a de Desenvolvimento Urbano. Também se destacou por sua atuação nas redes sociais e por iniciativas como o programa “Café com Boulos”.
Com a nomeação para o ministério, Boulos deve abrir mão de disputar cargos eletivos em 2026, conforme determina a legislação eleitoral para ministros que desejam concorrer. A expectativa é que ele permaneça no cargo até o fim do mandato presidencial.
A nomeação de Boulos representa a 13ª mudança ministerial no atual governo. A entrada do PSOL na Esplanada dos Ministérios também altera a composição partidária do primeiro escalão, reduzindo a participação do PT em uma das pastas centrais do governo federal.
Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert/PR/Roberto Parizotti/Fotos Públicas
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