Caso ocorreu na Ala C do Pavilhão 4; Polícia Civil investiga como latrocínio e outras mortes em presídios do estado preocupam autoridades
Preso é encontrado morto com sinais de enforcamento na Penitenciária de Alcaçuz no RN
Um detento foi encontrado morto com sinais de enforcamento na manhã desta terça-feira (21) na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada em Nísia Floresta, na Grande Natal. O corpo de Erivan Cleyton Ferreira da Silva, de 33 anos, foi localizado por policiais penais por volta das 7h40, durante a conferência dos internos na Ala C do Pavilhão 4.
Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), o preso foi encontrado enforcado na grade da cela. Durante os procedimentos de retirada do corpo e início da investigação, houve um princípio de tumulto causado por insubordinação de outros internos. A situação foi controlada por volta das 8h e ficou restrita às Alas C e D do Pavilhão 4.
A Seap informou que todas as providências cabíveis foram adotadas, incluindo o acionamento da Polícia Científica e da Polícia Civil, que deram início às investigações. Um outro preso confessou o homicídio. A Polícia Civil permanece na unidade prisional colhendo depoimentos dos internos.
Este é pelo menos o sexto caso de morte em unidades prisionais do Rio Grande do Norte em 2025, o que tem gerado preocupação entre autoridades. O Ministério Público Estadual instaurou um inquérito civil para acompanhar e investigar os casos registrados no sistema penitenciário.
O objetivo do inquérito é garantir que todas as mortes ocorridas dentro das unidades prisionais sejam devidamente apuradas, independentemente da causa aparente. A proposta inclui a criação de um protocolo interinstitucional envolvendo as polícias Penal, Civil e Científica, com foco na preservação da ordem e na responsabilização dos envolvidos.
A necessidade de maior rigor na gestão carcerária também foi apontada como medida preventiva para evitar novas mortes, fugas e situações de desaparecimento forçado. A recomendação inclui a implementação de regimes disciplinares diferenciados para presos envolvidos em atos de violência, indisciplina ou com vínculos com facções criminosas.
O Pavilhão 4 de Alcaçuz já foi palco de um massacre em janeiro de 2017, quando 27 presos morreram durante confrontos entre facções. Desde então, o presídio passou por reformas estruturais e o processo judicial sobre o caso segue em andamento.

Outros casos registrados em 2025 incluem:
- Em março, Erian Soares Paixão foi morto por asfixia com um lençol no Pavilhão 4. Um colega de cela assumiu o crime.
- Em maio, Sérgio Oliveira Andrade Júnior foi encontrado morto em uma cela do mesmo pavilhão, com suspeita de homicídio.
- Em agosto, Francinaldo Ivo Tomás Raposo, de 29 anos, também foi encontrado morto em uma cela do Pavilhão 4.
- Em abril, um detento morreu após uma briga na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim.
- Em setembro, Abraão Victor Paulo da Silva Dantas, de 33 anos, foi morto no Complexo Penal Estadual Agrícola Mário Negócio, em Mossoró. Dois presos confessaram o crime.
- No dia seguinte, Rafael Gonçalves Barbosa, policial penal federal preso na Cadeia Pública de Ceará-Mirim, morreu por possível overdose de medicamento. Ele era suspeito de feminicídio.
As autoridades seguem acompanhando os casos e reforçam a necessidade de medidas para garantir a segurança e a legalidade dentro das unidades prisionais do estado.
Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração/ Sumaia Villela/Agência Brasil
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