Governadores propõem integração de forças estaduais para enfrentar organizações criminosas
Rio lança consórcio da paz e desafia facções com ação nacional contra o crime
O governo do Rio de Janeiro anunciou a criação do “Consórcio da Paz”, iniciativa voltada à articulação entre estados para o enfrentamento ao crime organizado. A proposta prevê integração de inteligência, contingente policial e recursos financeiros entre os entes federativos. A sede será no Rio, com comando compartilhado entre os estados participantes.
A iniciativa tem como objetivo formar uma frente nacional contra o crime pesado, com ações coordenadas entre os 27 estados brasileiros. A proposta inclui troca de informações estratégicas, operações conjuntas, compras consorciadas de equipamentos e reforço na atuação contra o tráfico de armas e drogas.
O lançamento do consórcio ocorre após operação policial de grande porte em comunidades do Rio de Janeiro, que resultou em dezenas de mortes e reacendeu o debate sobre o uso de armamento pesado por facções criminosas. O governo estadual defende que o porte de armas de guerra por civis em áreas urbanas seja enquadrado como terrorismo.
Além da criação do consórcio, há intenção de classificar organizações criminosas como o Comando Vermelho como grupos terroristas, o que pode alterar o enquadramento legal e a forma de atuação das forças de segurança.

Governadores de diversos estados participaram do anúncio, presencialmente ou por videoconferência. A proposta é que o consórcio seja ampliado gradualmente, com adesão voluntária dos estados e definição de estratégias conjuntas.
A iniciativa surge em meio a críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que propõe diretrizes nacionais obrigatórias para os estados. Governadores apontam que a medida pode reduzir a autonomia das unidades federativas na formulação de políticas de segurança.
Paralelamente, foi criado um escritório emergencial no Rio de Janeiro para reforçar a integração entre forças federais e estaduais. A medida inclui envio de agentes federais, ações de inteligência e transferência de presos para unidades de segurança máxima.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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