Presidente defende repressão ao crime organizado e rastreamento do tráfico de armas durante cúpula da Celac
Lula diz que não há solução mágica para acabar com criminalidade
Durante participação na 4ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), realizada na Colômbia neste domingo (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não existe solução mágica para acabar com a criminalidade. Segundo o presidente, o enfrentamento ao crime deve ocorrer por meio da repressão ao crime organizado, estrangulamento de seu financiamento e rastreamento do tráfico de armas.
Lula destacou que a segurança pública é responsabilidade do Estado e representa um direito humano fundamental. Ele afirmou que o alcance transnacional das organizações criminosas exige cooperação entre os países da região. A declaração foi feita em um contexto de crescente preocupação com a atuação de redes criminosas que operam além das fronteiras nacionais.
O presidente também alertou para os impactos do crime sobre as instituições democráticas. Segundo ele, a democracia é enfraquecida quando o crime corrompe estruturas públicas, compromete espaços sociais, afeta famílias e prejudica atividades econômicas. A fala ocorreu em meio a discussões sobre segurança regional e estabilidade institucional.
Durante o evento, Lula mencionou a escalada de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, criticando o uso da força militar como instrumento de intervenção. Ele afirmou que antigas justificativas retóricas estão sendo reutilizadas para legitimar ações ilegais e defendeu que a América Latina é uma região de paz, que deseja permanecer pacífica.
O presidente brasileiro ressaltou que democracias não devem combater o crime violando normas do direito internacional. A declaração foi feita em resposta a movimentações diplomáticas que indicam aumento da pressão militar na região. Lula defendeu que o combate à criminalidade deve ocorrer dentro dos marcos legais e com respeito à soberania dos países.

Além das questões de segurança, o discurso de Lula abordou a crise no projeto de integração latino-americana. Segundo ele, a região está deixando de lado sua vocação histórica de cooperação. O presidente afirmou que é necessário retomar o espírito de integração para enfrentar desafios comuns, como o crime transnacional, a desigualdade social e a instabilidade política.
A cúpula da Celac reuniu líderes de diversos países da América Latina e do Caribe para discutir temas como segurança, democracia, integração regional e desenvolvimento sustentável. O evento ocorre em um momento de revisão das estratégias de cooperação entre os países da região, diante de novos desafios geopolíticos e sociais.
As declarações de Lula sobre segurança pública e crime organizado reforçam a posição do Brasil em favor de soluções estruturais e coordenadas para o enfrentamento da violência. O governo brasileiro tem defendido políticas de repressão qualificada, com foco na desarticulação de redes criminosas e no controle de fluxos ilegais de armas e recursos financeiros.
A participação do presidente na cúpula também marca o posicionamento do Brasil em relação à estabilidade regional e à defesa da democracia. As falas de Lula indicam preocupação com o uso de estratégias militares em disputas políticas e com a preservação dos direitos fundamentais em ações de segurança.
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil/Ricardo Stuckert/PR
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