Com a exposição Reinos do Imaginário, artista apresenta peças tridimensionais inéditas em módulos imersivos que reinterpretam o sertão contemporâneo
AZOL estreia nova fase artística em dezembro na Pinacoteca do RN
A partir de dezembro, o artista plástico potiguar AZOL traz para o Palácio Potengi, onde fica localizada a Pinacoteca Potiguar, a sua nova exposição “Reinos do Imaginário”. O projeto inaugura um novo ciclo criativo marcado pela expansão de técnicas, linguagens e das narrativas que retratam o interior nordestino, explorando as vivências e memórias populares, imaginando as expressões de fé e simbologias sob uma ótica mística e de inspiração medieval.
“A ideia foi criar um sertão possível de se viver e não apenas sobreviver, idealizado através de uma fábula que escrevi sobre um artista que segue por essa região em busca de descobrir os cantos encantados desse espaço, assim como fizeram Cascudo e Ariano Suassuna em suas obras literárias. Queremos fazer esse resgate e convocar o público a embarcar nessa jornada poética de olhar com outros olhos, explorar uma outra realidade possível”, explica.
O projeto nasceu após a circulação da mostra O Sertão Virou Mar, lançada em Natal em 2022 e que passou por outras seis capitais brasileiras. À época, o artista começou a experimentar elementos gráficos inspirados na arquitetura sertaneja, base de sua pesquisa e repertório visual. A partir dessas formas, surgiram estudos que evoluíram para a criação dos quatro módulos chamados de reinos que compõem a nova produção.
Reinos que nascem do sertão
Dividida em quatro módulos, a exposição articula pintura, objetos, escultura e instalação. Cada etapa possui uma cor, um aroma e uma trilha sonora específica que constroem atmosferas com o objetivo de traduzir a invenção de um sertão moderno. São eles o Reino do Encoberto, Reino do Silêncio Ardente, Reino da Cruz Errante e o Reino do Chão das Promessas.

Volume, novos materiais e o salto para o tridimensional
Conhecido pela forte atuação na pintura, fotografia e desenho, AZOL se desafia nessa nova fase ao explorar o tridimensional com maior protagonismo.
“O estímulo surgiu em conversa com o curador Manoel Onofre, no fim de 2023, e eu gostei do desafio de dar volume às minhas criações, desenvolvendo instalações, objetos e esculturas com materiais como madeira, barro, metal, porcelana, tapeçaria e mobiliário. Eu ia olhando para as pinturas e dali tive a inspiração para criar peças em 3D, que foram confeccionadas em parceria com artesãos locais especializados em cada técnica”, descreve.
Mais do que apresentar os novos trabalhos, o artista deseja que o visitante se reconheça ao caminhar pelos reinos. “Quero que cada pessoa embarque nessa jornada poética comigo, enxergue um outro sertão possível e desperte memórias que tragam a avó, a infância, a vivência do interior. Quando isso acontece, o público também vira autor. Ele enxerga sentidos que eu talvez jamais imaginasse, e a obra se completa”.
A exposição Reinos do Imaginário conta com apoio institucional do Governo do Rio Grande do Norte, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e da Fundação José Augusto (FJA), que administram o Palácio Potengi, onde está instalada a Pinacoteca do Estado.
Entre os destaques da exposição que poderá ser visitada pelo público com entrada gratuita a partir de dezembro, está uma instalação modular em madeira que remete a um castelo, cujos nichos abrigam diferentes cabeças de reis, somado a tronos, totens, ex-votos e um gazebo que simboliza a divisão entre os reinos. Outra peça que promete chamar atenção é inspirada nas cúpulas do Castelo de Zé dos Montes, cartão postal do município de Sítio Novo (RN).
Fotos: Divulgação
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