Paralisação atinge pacientes em estado grave, segundo trabalhadores
Sindsaúde denuncia interrupção de hemogramas no Walfredo Gurgel por falta de reagentes
O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde) denunciou, na quarta-feira (19), a interrupção da realização de hemogramas no laboratório do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Segundo a entidade, o procedimento deixou de ser executado devido à falta de reagentes, ocasionada pelo não pagamento à empresa responsável pelo serviço.
De acordo com o sindicato, a paralisação atinge diretamente pacientes internados em estado de urgência e em unidades de terapia intensiva. Esses pacientes dependem do hemograma para diagnósticos imediatos, especialmente em casos que envolvem sangramentos ou situações clínicas que exigem avaliação laboratorial imediata. Trabalhadores relataram que diversos pacientes aguardam coleta e que a ausência dos exames impede o monitoramento adequado de condições que podem evoluir para risco de morte.

O Sindsaúde afirma que a situação expõe fragilidades administrativas e amplia a vulnerabilidade das equipes que atuam no Walfredo Gurgel, que, segundo a entidade, enfrentam sobrecarga e falta de recursos para manutenção dos serviços básicos de atendimento.
Serviços laboratoriais suspensos há mais de um ano
Além da interrupção dos hemogramas, o sindicato identificou que outros exames estão suspensos há mais de um ano no laboratório do hospital. Entre os testes que não vêm sendo realizados estão troponina, TSH, T4 livre, PSA, HIV, HBSAG, HCV, Anti-HBS e D-Dímero. A ausência desses procedimentos afeta o diagnóstico de doenças cardíacas, hormonais, infecciosas e outras condições que necessitam de confirmação laboratorial.
Segundo o Sindsaúde, a falta desses exames prejudica a condução clínica dos profissionais e interfere no fluxo de atendimento. A entidade destaca que situações relacionadas a doenças cardíacas, por exemplo, dependem de exames como a troponina para confirmar diagnósticos e orientar condutas médicas.
Redução de profissionais prevista para janeiro
O sindicato também informou que cerca de dez técnicos aprovados no último processo seletivo deixarão seus postos em janeiro do próximo ano. A entidade afirma que não há previsão de reposição desses trabalhadores por meio do concurso anterior. A redução da equipe ocorre em um momento de suspensão de serviços laboratoriais e, segundo o Sindsaúde, amplia as dificuldades no atendimento aos pacientes.

A entidade avalia que a soma desses fatores — interrupção de exames, ausência de testes há mais de um ano e possível redução de profissionais — contribui para um ambiente que compromete a segurança assistencial. O sindicato afirma que a situação afeta tanto a população que necessita dos serviços quanto os trabalhadores que dependem dos exames para orientar diagnósticos e condutas clínicas.
Sindsaúde cobra ação imediata da Sesap
Diante do cenário, o Sindsaúde divulgou uma nota cobrando providências da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e do Governo do Rio Grande do Norte.

A entidade afirmou:
“O Sindsaúde cobra providências urgentes da Sesap e da governadora Fátima Bezerra (PT) para restabelecer o funcionamento do laboratório, garantir o fornecimento regular de insumos e assegurar atendimento digno e seguro para a população e condições adequadas de trabalho para os profissionais”.
Até o momento, a Sesap não se posicionou sobre as denúncias feitas pelo sindicato.
Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração
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