Invasão em unidade do Grupo Queiroz mobiliza MLB e provoca posicionamentos institucionais
Integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e de outros movimentos sociais invadiram e ocuparam, na manhã de um sábado, uma unidade recém-inaugurada do Grupo Queiroz, localizada no bairro Cidade Satélite, na zona Sul de Natal. A ação também foi registrada em comunicações públicas como uma ocupação da unidade do Supermercado Queiroz Satélite, que integra o mesmo grupo empresarial.
De acordo com o MLB, a mobilização reuniu mais de 300 famílias, incluindo a presença de dezenas de crianças, e teve como objetivo reivindicar a doação de cestas básicas. Em nota divulgada pelo movimento e em publicações nas redes sociais, os organizadores informaram que a ação buscou chamar a atenção para a situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar enfrentada por famílias em condição de pobreza.

Ainda segundo o movimento, o protesto está relacionado ao aumento da miséria e da fome no país e à dificuldade de parte da população em garantir acesso à alimentação básica. A ocupação ocorreu em uma unidade considerada recente no calendário de inaugurações do grupo varejista.
A invasão motivou reações de entidades representativas do comércio e dos serviços no Rio Grande do Norte. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal) divulgou nota pública manifestando repúdio ao episódio. A entidade afirmou que ações dessa natureza violam o direito à propriedade privada e são contrárias aos princípios do Estado Democrático de Direito.
Segundo a CDL Natal, a ocupação compromete o livre exercício da atividade econômica e afeta não apenas a empresa diretamente envolvida, mas todo o ambiente produtivo. A entidade apontou que episódios desse tipo geram insegurança para investidores, colocam em risco postos de trabalho e afetam a integridade de trabalhadores e consumidores que se encontravam no local no momento da ação.
A CDL também manifestou solidariedade ao Grupo Queiroz e cobrou uma resposta das autoridades competentes, defendendo a preservação da segurança jurídica como elemento necessário para a estabilidade do comércio e da economia local. A entidade informou que seguirá atuando na defesa dos empresários que produzem, geram empregos e mantêm atividades no município e no estado.
Além da CDL Natal, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio RN) também se posicionou publicamente sobre o caso. Em nota, a federação repudiou a invasão e o ataque à unidade do Queiroz Atacadão, registrada no bairro Cidade Satélite, informando que a ação colocou em risco a integridade física de funcionários, clientes e moradores da região.
Segundo a Fecomércio RN, o estabelecimento atingido é uma unidade recém-inaugurada e considerada a maior operação do Grupo Queiroz, com ampla área de vendas. A federação informou que a loja representa um investimento relevante para a economia local, com impacto direto na geração de empregos e na oferta de serviços à população.

Na nota, a Fecomércio RN declarou que atos dessa natureza violam o direito constitucional à propriedade privada e comprometem a segurança e a ordem pública, fatores considerados essenciais para o desenvolvimento econômico e social. A entidade defendeu a apuração rigorosa dos fatos, com responsabilização dos envolvidos, e cobrou atuação imediata das forças de segurança para evitar novas ocorrências.
A federação também destacou que o comércio e o setor de serviços operam em condição de livre circulação de pessoas, o que amplia a necessidade de medidas preventivas para garantir a segurança de trabalhadores e consumidores, especialmente em períodos de maior movimento.
Até o momento, não foram divulgadas informações oficiais sobre medidas adotadas pelas autoridades em relação à ocupação, nem sobre eventuais desdobramentos administrativos ou judiciais relacionados ao episódio ocorrido na unidade do Grupo Queiroz em Natal.
Foto: Reprodução
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