Conselho de Psicologia do RN alerta que a escola é o principal lugar das relações pessoais e na qual não há espaço para seletividade.
Os recentes ataques de pais e professoras de alunos de uma escola pública de Campinas, interior de São Paulo, repercutiram nacionalmente. Ao sugerir que a escola realizasse um trabalho sobre o mês Internacional do Orgulho LGBTQIA+, que ocorre em junho, uma criança sofreu represálias por parte dos pais e professoras da escola onde estuda. O caso faz necessária a abordagem da diversidade sexual em ambiente escolar.
Para o Conselho de Psicologia do RN (CRP-RN), o combate ao preconceito e a prevenção de casos de violência homofóbicas realizados por crianças passa, primeiramente, pela inclusão da diversidade e da educação sexual no plano pedagógico das escolas. O CRP-RN ainda considera que é dever ético das escolas, em todos os níveis, inserir o espaço de reconhecimento das sexualidades não heterossexuais no currículo escolar e no Plano Político-Pedagógico, com o objetivo de que sejam discutidos sem tabus, uma vez que a escola é o principal lugar das relações pessoais, subjetivas e de aprendizagem.
“Quando a escola não aborda essas expressões da sexualidade, ela compactua para uma cultura homofóbica, e para a invisibilidade dos alunos que sofrem com suas próprias questões de ordem da sexualidade. Dentro da escola não cabe seletividade, cabe respeito e diversidade. Porque é na diferença que aprendemos a construir nossos afetos. Quando educamos para a diversidade, estamos apostando em todas as formas de viver uma sexualidade, além de combater e prevenir a violência homofóbica no contexto escolar, familiar e social”, afirma o psicólogo e conselheiro Robério Maia, que estuda sobre o tema.
Para o estudante universitário Samuel Nunes, 21 anos, a temática da diversidade sexual fez falta durante sua trajetória escolar. ‘’Na minha época de escola, essas temáticas eram completamente esquecidas; era um tabu, pois não era abordado de nenhuma forma, mesmo sendo a escola um dos primeiros ambientes em que se encara com a homofobia”, afirma.
Samuel afirma que sente, hoje, o ambiente universitário como um local de acolhimento e segurança. “Na Universidade, foi completamente diferente; é um ambiente mais preparado para levantar esse debate. Sem dúvida, a Universidade é o ambiente em que me sinto mais seguro. Foi justamente lá que consegui superar bloqueios que acumulei em minha vida”, conclui.
Foto: Arquivo/Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte
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