Com a iminente recusa dos partidos pela aprovação do voto impresso, o presidente Jair Bolsonaro tem tirado tempo para ameaçar a realização das eleições no Brasil em 2022 e atacar as autoridades envolvidas com o processo eleitoral. Nesta sexta-feira, 9, Bolsonaro chamou de “imbecil” e “idiota” o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso. “Lamento falar isso de uma autoridade do Supremo Tribunal Federal. Um cara desse tinha que estar em casa”, disse Bolsonaro a apoiadores.
Após a ofensa, integrantes da cúpula dos Poderes consideraram a atitude golpista e condenaram a atitude. De acordo com o presidente do TSE, o Bolsonaro pode ser enquadrado na Lei de Impeachment caso tente obstruir as eleições do ano que vem. “A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade”, diz a nota emitida por Barroso.
Na mesma linha, o senador Rodrigo Pacheco, do DEM de Minas Gerais, afirmou que não serão tolerados ataques à democracia; já Alexandre de Moraes, pelo Twitter, reforçou a fala do presidente do TSE e também mencionou o crime de responsabilidade caso o presidente tente ameaçar as eleições ou violar o sigilo do voto. Moraes será o presidente do TSE no pleito de 2022 e já deixou claro que o “voto impresso não traz contribuição à democracia”.
Em entrevista ao Estadão, Luis Roberto Barroso “garantiu” a realização das eleições no ano que vem. “Como já disse antes, eu não paro para bater boca. Cumpro o meu papel pelo bem do Brasil. Mas eleição vai haver, eu garanto”, disse.
Foto: Cristiano Mariz
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