Contra o voto impresso, ministros do STF e partidos (inclusive governistas) conseguem acordo para derrubar a proposta discutida na Câmara dos Deputados.
Onze partidos políticos fecharam acordo contra o voto impresso nas eleições de 2022. De acordo com informações do Estadão, a decisão ocorreu neste sábado, 26, em reunião dos presidentes dos partidos após articulação dos ministros do Supremo Tribunal Federal: Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Segundo o jornal, os dirigentes partidários, incluindo de legendas da base do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, decidiram derrubar a proposta discutida na Câmara e defendida por Bolsonaro. O texto propõe a implantação de um sistema auditável de papel nas urnas eletrônicas.
O Broadcast/Estadão revelou no início do mês de junho que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso tinha votos suficientes para avançar na comissão especial da Câmara. Mas a articulação enfrentou resistência e agora a promessa dos partidos é pela rejeição da PEC através dos deputados, ou até mesmo seu engavetamento. Os onze partidos que mobilizaram o encontro virtual representam 326 deputados entre os 513 integrantes da Câmara, número suficiente para derrubar a medida.
De acordo com a reportagem, os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atuaram para demover os partidos da ideia de aprovar o voto impresso. Moraes assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no período das eleições presidenciais do próximo ano, corte presidida atualmente por Barroso. O principal argumento dos partidos para a decisão é o intuito de evitar o risco de uma onda de questionamentos dos resultados eleitorais a partir do ano que vem, consequentemente travando o Judiciário e as comarcas locais.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil