Representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, diz que diretor Ministério Saúde pediu propina de US$ 1 por dose de vacina
Após a Folha de São Paulo divulgar entrevista com o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, na qual ele diz que o representante do Ministério teria pedido propina por vacinas, no valor de US$ 1 por dose, os senadores Omar Aziz e Randolfe Rodrigues divulgaram que irão convocar Dominguetti para depor na CPI da Covid no Senado. O depoimento já foi aprovado pelos outros integrantes da Comissão e está marcado, segundo Omar Aziz, para a próxima sexta-feira (2).
A Folha de São Paulo aponta que o representante da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, tentou negociar cerca de 400 milhões de doses do imunizante produzido pela Oxford e AstraZeneca e teria ouvido do diretor do Ministério da Saúde que, para fechar o contrato, “teria que compor o grupo”. O encontro entre o representante da Davati e o diretor do Ministério teria acontecido em um jantar ainda em 25 de fevereiro, em Brasília. Ao perguntar que tipo de grupo seria esse, teria ouvido de Roberto que se ele “não compusesse o grupo, o acordo não iria pra frente”. Dominguetti diz não ter aceito a proposta.
Roberto Ferreira Dias foi diretamente indicado por Ricardo Barros (PP-RR) ainda durante o governo de Michel Temer. Barros é o atual líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Dias assumiu a diretoria de Logística do Ministério da Saúde quando Luiz Henrique Mandetta ainda era ministro da Saúde, em 2019.
O Ministério da Saúde informou hoje que irá exonerar Roberto Ferreira Dias. Ontem à noite, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a decisão de exonerar o diretor de Logística do Ministério após a revelação do escândalo da propina.
Conforme divulgado pelo Por Dentro do RN, o deputado Luis Miranda afirmou em CPI que o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, também teria facilitado as negociações com laboratório que produz a vacina Covaxin, o indiano Bharat Biotech. A Covaxin está no centro de um escândalo de corrupção, por supostamente ter vendido as doses por um valor 1000% acima do normal.
Foto: Anderson Riedel/PR
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