Pelo menos 11 partidos se articulam para substituir os integrantes favoráveis à PEC do voto impresso; mudança visa diminuir as chances de aprovação.
Na tentativa de barrar a aprovação da PEC do voto impresso, cujo relator é o deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR), partidos contrários à proposta correm para substituir integrantes que defendem a ideia. Exceto PT e Rede, que já se declararam contra à PEC desde o início, pelo menos 11 partidos têm integrantes favoráveis à PEC do voto impresso em seus quadros; ainda que a orientação partidária seja contrária à aprovação.
É o caso dos deputados Israel Batista, do PV do Distrito Federal; Marreca Filho, do Patriota do Maranhão; Júnior Mano, do PL cearense; Raul Henry, do MDB de Pernambuco e Charles Fernandes, do PSD do Ceará. Todos eles foram incluídos como titulares dos seus partidos por serem contrários à PEC do voto impresso. No caso do Solidariedade (SD), a vaga que estava vaga foi ocupada pelo deputado amazonense Bosco Saraiva. O PL ainda retirou da suplência da comissão dois deputados, abrindo o espaço para Bosco Costa (PL-SE) e Márcio Alvino (PL-SP).
No caso de PSDB, Republicanos, PSL, Cidadania, PP e Avante, é provável que também realizem alterações após reunião com os dirigentes das siglas a fim de reunir o máximo de parlamentares favoráveis à derrubada da proposta. PT e Rede, desde o início, foram contra à Emenda e não realizaram nenhuma alteração.
Quem é o relator da PEC do voto impresso?
O relator da PEC do voto impresso é o deputado bolsonarista Filipe Barros, do PSL do Paraná. Nesta segunda-feira, 5 de julho, o parlamentar dará o seu parecer sobre a proposta. A pressa da oposição reside no fato de, ideologicamente, Barros ser um dos aliados ao Governo e compactuar da ideia de que, sem o voto impresso, a eleição estaria sob risco.
De acordo com o ministro Luís Roberto Barroso, todavia, esse risco não se sustenta e “nunca houve denúncias concretas e comprovadas de que as eleições foram fraudadas ou que o processo eleitoral estava comprometido”. O fato é que, com as substituições, os partidos consigam diminuir a diferença de membros que apoiam a proposta.
Com a mudança, o número de 21 parlamentares favoráveis à PEC cai para 16; e o número de quatro contrários ao texto sobe para 10. Atualmente, 32 deputados constituem a comissão. O número restante consiste nos indecisos, que podem ser decisivos na votação final.
Foto: Ilustração/Fernando Frazão/Agência Brasil
Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.