O esquerdista Gustavo Petro tomou posse, neste domingo (7.ago.2022), como presidente da Colômbia. A cerimônia ocorreu na Plaza de Bolívar, em Bogotá, e reuniu milhares de apoiadores no centro da capital e em locais com telões instalados. De acordo com o presidente do Senado, Roy Barreras, a posse de Petro ocorreu diante de cerca de 100 mil pessoas, entre elas o rei espanhol, Felipe VI, e pelo menos nove presidentes latino-americanos.
Em discurso, Barreras afirmou que “o que viemos fazer hoje é tentar deter a morte e transformar a Colômbia em uma potência de vida”. “Viemos dizer ao ELN: larguem suas armas”, acrescentou. Petro iniciou seu discurso após prestar juramento momentos antes. “Colombianos e colombianas foram muitas vezes em nossa história condenados ao impossível, à falta de oportunidades”.
“Quero dizer a todos os colombianos e colombianas que me ouvem nesta Praça Bolívar, nos arredores, em toda a Colômbia e no exterior, que nossa segunda chance começa hoje”, disse Gustavo Petro. “Hoje começa a Colômbia do possível”. “Este é o governo da vida e da paz, e por isso será lembrado”, acrescentou.
A vice-presidente Francia Márquez também falou durante seu juramento. “Até que a dignidade se torne um costume”, disse. Petro e Márquez chegam à presidência da Colômbia depois de alcançar mais de 11 milhões de votos no segundo turno das eleições, em 19 de junho.
Perfil de Gustavo Petro
Líder da esquerda, Gustavo Petro é reconhecido como ex-membro do grupo de guerrilha M-19 (Movimento 19 de Abril), desmobilizado nos anos 1990. O passado como militante tornou a vida pública do primeiro colocado polêmica.
Nascido no município de Ciénaga de Oro, no departamento de Córdoba, na costa caribenha, em 1960, entrou para a vida pública ainda jovem, aos 21 anos, como conselheiro municipal, uma espécie de vereador. Foi nessa época também que se aproximou do M-19.
A eleição deste ano foi a terceira tentativa de Petro de ocupar a cadeira presidencial. Antes, o candidato foi senador e prefeito da capital colombiana, Bogotá.
O programa do Pacto Histórico encabeçado por Petro — que se define como um esquerdista “progressista” em um país altamente tradicional e de direita — levanta a necessidade de reformas profundas em áreas tão diversas como o modelo econômico e o funcionamento das Forças Armadas.
Ele traz propostas diversificadas na economia, na segurança, na igualdade de gênero e no meio ambiente. Veja aqui um resumo de suas principais propostas.
Economia na Colômbia
A Colômbia, como outros países da região, está passando por um momento econômico desafiador, com a inflação disparando e o peso seriamente desvalorizado em relação ao dólar. Críticos dizem que o plano de Petro para que a Colômbia não tenha mais um modelo de economia petrolífera extrativista influencia para desencorajar investimentos estrangeiros, desestabilizar mercados e desvalorizar a moeda.
Com informações da CNN Brasil
Foto: Jose Rios/CINU Bogotá
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