A Pesquisa de Produção Agrícola Municipal divulgada na última quinta-feira (15.set.2022) pelo IBGE aponta uma queda de 12,57% na área destinada à lavoura temporária no Rio Grande do Norte.
Enquanto, em 2020, o estado destinou 245.377 hectares para o plantio de lavouras temporárias, em 2021, esse número caiu para 214.517 hectares. Em números absolutos, houve uma redução de 30.860 hectares para esse tipo de cultura. Na região Nordeste, o Rio Grande do Norte ocupa a última colocação que em 2020 era ocupada pelo estado de Sergipe.
A queda da área efetivamente colhida foi ainda maior em 2021. Dos 214.517 hectares destinados às lavouras temporárias no estado, apenas 180.878 hectares foram colhidos efetivamente, o que representa uma perda de 15,68% na produção. Em 2020, a queda da área colhida tinha sido de apenas 4%.
No Nordeste, o RN também passou a ocupar a última colocação em áreas efetivamente colhidas nas lavouras temporárias. Em 2020, essa posição era ocupada pelo estado de Sergipe.
Baía Formosa, Canguaretama e Mossoró lideram áreas plantadas e colhidas da lavoura temporária no Rio Grande do Norte em 2021
Baía Formosa, Canguaretama e Mossoró foram os municípios que mais plantaram e colheram em 2021. Enquanto os municípios do Litoral Sul tiveram, juntos, maior parte de sua área cultivável destinada à cana de açúcar, com 34.000 hectares, Mossoró destinou a maior parte (93%) de sua área destinada às lavouras temporárias para o plantio de melão (8.300 ha), melancia (2.500 ha), feijão (2.100 ha) e milho (2.000 ha) em 2021.
Valor de produção da lavoura temporária em 2021 chega a R$ 1,6 bilhão no RN
Embora o número de hectares plantados tenha diminuído, o valor de produção dos produtos provenientes das lavouras temporárias potiguares aumentou 5,20% no ano passado. Enquanto, em 2020, o valor de produção era de R$ 1,5 bilhão, esse número subiu para R$ 1,6 bilhão em 2021.
Na região Nordeste, o valor de produção das lavouras temporárias foi de R$ 64 bilhões, representando um aumento de 41,61% no comparativo a 2020. Esse aumento foi puxado em grande parte pela Bahia, Maranhão e Piauí. Juntos, esses três estados representaram 79,60% do valor de produção das lavouras temporárias em toda a região.
De acordo com o IBGE, as culturas temporárias são aquelas de curta ou média duração – geralmente inferior a um ano -, em que após a colheita faz-se necessário iniciar um novo plantio.
Mossoró representa 14,75% do valor de produção da lavoura temporária no Rio Grande do Norte
Puxado pela exportação de melão e melancia, o valor de produção da lavoura temporária em Mossoró representa 14,76% do total de todo o estado, com R$ 242,8 milhões em 2021. Comparado com 2020 (R$ 267,7 milhões), o valor de produção da lavoura temporária em Mossoró teve uma queda de 9,3%.
Em seguida, os municípios que mais contribuem para o valor de produção das lavouras temporárias no RN são Baía Formosa (9,25%), Baraúna (7,99%), Canguaretama (7,69%), Touros (7,20%), Pureza (5,02%), Serra do Mel (4,52%), Goianinha (3,76%), Tibau (3,60%) e Ceará-Mirim (3,27%).
RN teve 81.838 hectares destinados à lavoura permanente em 2021
A Pesquisa de Produção Agrícola Municipal divulgada ontem também aponta uma ligeira queda (0,34%) da área destinada às lavouras permanentes no Rio Grande do Norte no ano passado. Enquanto, em 2020, o estado destinou 82.123 hectares para esse tipo de cultura, em 2021, esse número caiu para 81.838 hectares.
Na região Nordeste, o Rio Grande do Norte manteve a quarta colocação em área plantada, equivalente a 4,82% do território destinado à cultura permanente na região.
Do total de área destinada às lavouras permanentes do Nordeste, o estado da Bahia detém 54,41% da área cultivável para esse tipo de lavoura na região, com 923.524 hectares. Em seguida, vem o estado do Ceará, com 368.027 hectares, o que representa 21,68% de toda a área nordestina.
Valor de produção da lavoura permanente no Rio Grande do Norte é de R$ 505,4 milhões em 2021
Embora tenha havido uma pequena redução na área destinada à lavoura permanente no Rio Grande do Norte, o valor de produção dos produtos provenientes das culturas permanentes aumentou 15,11% no ano passado. Enquanto, em 2020, o valor de produção era de R$ 439,1 milhões, esse número subiu para R$ 505,4 milhões em 2021, o que representa 3,14% do total do valor de produção da lavoura permanente da região.
No Nordeste, o valor de produção das lavouras permanentes foi de R$ 16 bilhões, representando um aumento de 21,71% no comparativo a 2020 (R$ 13,2 bilhões). Esse aumento foi puxado em grande parte pela Bahia, Pernambuco e Ceará. Juntos, esses três estados representaram 85,59% do valor de produção das lavouras permanentes em toda a região.
De acordo com o IBGE, as culturas permanentes são aquelas que possuem um longo ciclo vegetativo, que permitem colheitas sucessivas, sem necessidade de novo plantio.
Touros contribui com 11,99% do valor de produção da lavoura permanente no Rio Grande do Norte
Assim como em 2020, o município de Touros é o que contribuiu com o maior percentual do valor de produção das lavouras permanentes no estado em 2021.
Puxado primordialmente pela produção de banana e coco-da-baía, que representam 82,11% da área destinada às culturas permanentes no município, Touros contribuiu com R$ 60,6 milhões para o valor de produção da lavoura permanente no RN, o que representa 11,99% do total (R$ 505,4 milhões).
Em seguida, os municípios que mais contribuíram para o valor de produção das lavouras permanentes no RN foram Cerro Corá (R$ 43,6 milhões), Pureza (R$ 36,8 milhões), Rio do Fogo (R$ 34,3 milhões), Baraúna (R$ 32,8 milhões), Ipanguaçu (R$ 29,7 milhões), Ceará-Mirim (R$ 27,3 milhões), Alto do Rodrigues (R$ 26,4 milhões), Serra do Mel (R$ 19 milhões) e Apodi (R$ 18,5 milhões).
Produção de maracujá no Rio Grande do Norte aumentou 29,17% em 2021
Os produtos da lavoura permanente com maior participação no valor de produção do estado são banana (39,81%), mamão (18,04%), castanha de caju (12,25%), coco-da-baía (10,35%), maracujá (10,17%) e manga (7,76%). Mas desses, a produção de maracujá no Rio Grande do Norte foi o principal destaque dos cultivos permanentes, com um crescimento nominal de 29,17%, saindo de 12.538, em 2020, para 16.195 toneladas em 2021.
O aumento foi suficiente para ultrapassar a produção de manga e ocupar o 5º lugar entre os cultivos com maior participação no valor de produção das culturas permanentes no RN.
Foto: Ilustração/Diário do Estado MT
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