Metade dos bares e restaurantes pretende contratar mais funcionários até o fim do ano, afirma Abrasel

Metade dos bares e restaurantes pretende contratar mais funcionários até o fim do ano, afirma Abrasel

Donos de bares e restaurantes do Brasil estão animados com os últimos meses de 2022, esperançosos pelo aumento do movimento nessa época do ano.

De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), quase metade dos empresários de bares e restaurantes pretendem contratar funcionários até o fim do ano. A pesquisa foi feita a nível nacional pela associação, e ouviu 1.709 respostas. Segundo a associação, os donos dos estabelecimentos estão animados com os últimos meses de 2022, que além das festas tradicionais, como Natal e Réveillon, também terá a Copa do Mundo da Fifa, que neste ano ocorre em uma data diferente, entre os meses de novembro e dezembro.

A pesquisa aponta que 45% dos entrevistados disseram ter a intenção de contratar funcionários até o fim do ano, sendo que 25% revelaram já ter aumentado o quadro de funcionários em setembro. Outros 51% têm a expectativa de manter o time atual e apenas 4% dizem que irão realizar demissões. “O número de empresas contratando é alto, mas não nos surpreende. Estamos acompanhando de perto a movimentação dos estabelecimentos e já prevíamos a melhora dos indicadores na economia”, afirma o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

“Estamos entrando em um ciclo virtuoso nos próximos meses, com vários fatores contribuindo positivamente: o fim da pandemia, a melhora no poder aquisitivo, os benefícios sociais como o Auxílio-Brasil, a baixa nos índices de desemprego, o aumento de pessoas frequentando bares e restaurantes depois de tempos tão difíceis”, analisa Solmucci.

“Além disso tudo, a redução da inflação geral é muito importante para os negócios, pois permite a redução nos custos para um setor que estava há meses pressionado, segurando os repasses do cardápio e absorvendo parte importante dos aumentos. A cereja do bolo é a Copa do Mundo em novembro, estamos muito animados”, completa.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre os que pretendem contratar, 63% apontam como motivo o aumento de demanda previsto, em função dos eventos. Mas também chama a atenção o número de empresas que busca mais gente para ampliar o negócio com novos produtos/serviços (11%) ou para abrir filiais (9%). Além disso, 25% procuram profissionais para recompor o quadro e readequar a empresa à nova configuração de mercado pós-pandemia.

A pesquisa também apontou que nem todos estão encontrando os profissionais desejados. A quase totalidade (99%) dos entrevistados que pretende contratar disse ter algum grau de dificuldade na seleção. Quanto mais especializado o profissional, mais difícil de encontrar. É o caso de cargos como padeiro e sommelier, apontados como alto grau de dificuldade para contratação por 72% e 71% dos respondentes, respectivamente. Chef de cozinha (62%), gerente (59%) e profissional de TI (39%) também estão em falta no mercado.

No entanto, os profissionais mais procurados não são os de maior qualificação. A maior procura é por cargos auxiliar de cozinha (há vagas abertas em 59% dos estabelecimentos), garçom (55%) e atendente/cumin (49%).

“Encontrar bons profissionais sempre foi uma dificuldade do nosso setor, que se torna mais evidente em momentos como este, de alta demanda. Os estabelecimentos acabam formando muita gente, mas isso leva tempo e investimento. Além disso, na dinâmica do nosso setor, o garçom de hoje é o empresário de amanhã, e muita gente trocou o emprego por um negócio próprio, como microempresário, durante a pandemia. Então encaramos esta dificuldade como algo transitório”, explica Solmucci.

A pesquisa revelou também que a situação econômica dos estabelecimentos está se estabilizando. Depois de aumentos constantes nos últimos meses no número de empresas realizando lucro, o índice se estabilizou em 45%. Também o mesmo número de respondentes disse ter trabalhado em setembro com equilíbrio financeiro (36%) ou com prejuízo (19%), exatamente os mesmos números relativos ao desempenho no mês de agosto.

Caiu, no entanto, o número de empresas inadimplentes no regime do Simples: 31% disseram estar com parcelas em atraso. O número é menor do que o apurado em agosto (36%), julho (38%) e junho (42%). Lembrando que 84% das empresas respondentes da pesquisa se encontram enquadradas neste regime fiscal.

Foto: Divulgação/Abrasel

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