Fisioterapeuta e nutricionista oferecem dicas importantes para aproveitar a festa sem contratempos; risco de lesões musculares e desidratação estão presentes durante a micareta
A contagem regressiva para os dias de folia está chegando ao fim: no próximo final de semana, de sexta-feira (09) a domingo (11), milhares de natalenses e turistas irão pular atrás do trio ao som de muito axé, forró eletrônico e pagode, na maior micareta do Brasil, o Carnatal. E para aguentar os longos percursos de cada bloco, alguns cuidados com a saúde são importantes.
Atenção no consumo dos alimentos e uma boa preparação física podem prevenir problemas de saúde e garantir ao folião aproveitar todos os dias do Carnaval fora de época. A docente de Fisioterapia, Maria Karolina Ferreira, e o professor de Nutrição, Rodrigo Rüegg, da Estácio, dão as melhores dicas para tirar o melhor proveito da festa.
Segundo Maria Karolina, a falta de preparo físico pode favorecer a ocorrência de lesões musculares e, na maioria das vezes, os indivíduos não se preparam adequadamente. Na lista de atividades que podem ser realizadas com o objetivo de melhorar o condicionamento físico para os dias de festa estão corrida, pilates e musculação. E caso não haja preparação, a orientação é que se faça pausas durante o percurso para evitar a fadiga e lesões decorrentes.
Quem vai pular Carnatal também deve estar atento ao uso de calçados adequados que promovam uma melhor estabilidade corporal e protejam os pés, como os tênis. “Especialmente para as mulheres, essa é a hora de guardar as sandálias de salto ou as rasteirinhas, pois ambas não têm amortecimento e não cobrem os pés totalmente, o que não traz a segurança e o conforto necessários para a ocasião”, aponta a fisioterapeuta.
Em caso de lesões durante o percurso, a orientação do especialista é procurar imediatamente o serviço médico para realizar os primeiros socorros. “Após esse primeiro atendimento, o folião deve seguir as orientações médicas e, se necessário, procurar um fisioterapeuta para realizar a reabilitação dessa lesão”, esclarece.
Cuidados com a alimentação
Para evitar transtornos durante o trajeto da micareta, é imprescindível que o folião tenha uma alimentação balanceada, principalmente se não houve prática esportiva durante todo o ano. No almoço do dia da festa, o nutricionista orienta evitar comidas gordurosas como buchadas, ensopados, rabadas, e dar preferência a proteínas leves como frango, peixe ou cortes de carnes mais magros.
Algumas frutas como banana, melancia, melão, abacaxi e uva também são indicadas para consumo por sua grande quantidade de vitaminas e minerais e boa quantidade de água que auxiliam no combate à desidratação. Este quadro é bastante comum na micareta porque soma-se à grande agitação os fatos de que ela acontece no início da época mais quente do ano e o alto consumo de bebidas alcoólicas na festa.
“O grande problema é que o álcool inibe o hormônio antidiurético, o que faz com que a gente perca bastante água na urina, principalmente. Isso associado ao excesso da produção de suor pode acarretar na desidratação que é tão comum no dia posterior, como a famosa ‘ressaca’. Então a recomendação é que se for beber uma lata de cerveja, por exemplo, consuma também um copo de água para minimizar a desidratação, mas evidentemente também é preciso cuidado com o excesso de bebidas alcoólicas que trazem outros problemas de saúde”, adverte Rodrigo.
Logo antes do horário do bloco passar, é fundamental se alimentar bem, mas outro ponto de atenção deve ser o risco de infecção ou intoxicação alimentar. O folião deve ficar atento às condições higiênicas do estabelecimento em que está adquirindo a comida. “É importante consumir carboidratos antes da festa e, com isso, garantir a energia necessária para pular o Carnatal”, orienta o nutricionista. Ficam como dicas alimentos como batata doce, cuscuz, arroz, tapioca e pão integral.
Para quem vai comer fora de casa, Rodrigo alerta ainda para sempre observar as questões básicas de higiene: se o armazenamento dos alimentos é feito em locais apropriados e refrigerados, se há torneiras para lavar os utensílios e se o manipulador do alimento é o mesmo que manipula o dinheiro, o que não deve ocorrer.
Foto: Reprodução/Instagram
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