Projeto Verão: especialista alerta para riscos das dietas restritivas à saúde

Projeto Verão: especialista alerta para riscos das dietas restritivas à saúde

Nutricionista reforça que se deve fugir de tratamentos que prometem milagres; transformação do corpo deve acontecer com mudanças de hábitos possíveis de se manter para a vida toda

O chamado Projeto Verão, quando se costuma dar mais atenção aos cuidados com a alimentação e a forma física para aproveitar a estação mais quente do ano, costuma ser marcado pela pressão por um corpo magro e um estilo de vida mais saudável, o que inclui a prática de atividades físicas e também a busca por refeições menos calóricas.

Mas para quem não aderiu a estes hábitos ao longo do ano e abusou das ceias nas festas de fim de ano, o que deveria ser um processo gradual se torna uma corrida por resultados rápidos de emagrecimento, que muitas vezes envolve dietas restritivas que trazem riscos à saúde.

Para a nutricionista Flávia Amaro, professora de Nutrição da Estácio, as promessas milagrosas são focadas apenas nos resultados estéticos e a curto prazo, e não possuem base no conhecimento científico. “Nesse processo, em vez de gordura você pode estar perdendo massa magra [músculos] e líquidos, tão importantes para o bom funcionamento do corpo. Estudos mostram que 95% das pessoas que fazem dietas restritivas perdem peso no começo e depois voltam a engordar, às vezes até mais do que o peso inicial”, observa.

E algo ainda pior pode acontecer, de acordo com a nutricionista: “As dietas restritivas desregulam o centro da fome e saciedade, aumentando o apetite e diminuindo o metabolismo. Outro problema dessas dietas, é que não são sustentáveis por muito tempo, por terem como base a restrição alimentar”, ressalta.

Por outro lado, emagrecer e engordar constantemente, o conhecido ‘efeito sanfona’, causa problemas para o organismo. A professora explica que ocorre um desequilíbrio na concentração de hormônios importantes para o “controle neural do comportamento alimentar, como a insulina e a leptina”. O que quer dizer que o metabolismo vai ficar mais lento e a fome será cada vez maior.

Além disso, a composição corporal piora ao longo do tempo, acumulando massa gorda e perdendo massa magra. Estudos também mostram a piora na distribuição da gordura corporal, com mais gordura prejudicial e menos gordura protetora. Isso pode causar aumento do estado inflamatório do organismo e maior risco de ter diabetes. Emagrecer e engordar o tempo todo ainda pode gerar flacidez na pele”, alerta.

Preocupação com a saúde

Para a nutricionista, a preocupação maior que a sociedade precisa ter é com as doenças que acabam surgindo quando as pessoas estão acima do peso. Flávia reforça que manter uma alimentação equilibrada e o hábito de atividades físicas são cuidados com a própria saúde porque o excesso de peso está diretamente relacionado a inflamações crônicas, hipertensão, dislipidemia, doenças coronárias, acidente vascular cerebral, câncer, diabetes tipo 2, doença da vesícula biliar, osteoartrite, doenças pulmonares, apneia do sono, entre muitas outras condições clínicas.

Portanto, a especialista afirma que o ideal é fugir de tratamentos que prometem milagres, dietas restritivas e exercícios exagerados. “A transformação do corpo deve acontecer de forma lenta, gradual e sustentada, com mudanças de hábitos possíveis de se manter para a vida toda”, orienta.

Para isso, a professora explica que um atendimento multidisciplinar vai ajudar no planejamento, que envolve desde nutricionista a médico, psicólogo e profissional de educação física. “Algumas estratégias indicadas são a realização de uma alimentação equilibrada e saudável, reorganização de alguns hábitos, prática regular de exercícios físicos, gerenciamento de estresse e cuidado com o sono”, conclui.

Foto: Divulgação

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