Governo tem feito pressões para redução da taxa, mas Banco Central deve manter a Selic em 13,75% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou nesta terça-feira (21.mar.2023), em Brasília, a segunda reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. Mesmo com as pressões do governo federal para a redução da taxa, o órgão deve manter o aperto monetário com a Selic em 13,75% ao ano. A decisão será anunciada amanhã (22.mar.2023) ao fim do dia.
Em janeiro, após a primeira reunião do Copom, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os juros altos atrapalham os investimentos e que não há justificativa para que a Selic esteja nesse patamar. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu maior coordenação entre a política fiscal e a política monetária, a cargo do BC, para conter a inflação.
Embora a taxa básica tenha parado de subir em agosto do ano passado, está no nível mais alto desde o início de 2017. Segundo a edição mais recente do boletim Focus, a taxa básica deverá ser mantida em 13,75% ao ano pela quinta vez seguida. No entanto, a expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre o ano em 12,75% ao ano.
Em declaração recente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, defendeu a autonomia da instituição na definição da política monetária e disse que pensar em uma política monetária e fiscal de longo prazo é importante para ter um crescimento econômico sustentável. Campos avaliou positivamente o pacote de medidas já apresentadas pelo governo e tem boas expectativas em relação ao novo arcabouço fiscal que será apresentado pelo Ministério da Fazenda, em substituição ao teto de gastos, que limita as despesas do governo à inflação do ano anterior.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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