Colégio das Neves aproveita a celebração da data para oportunizar os estudantes um espaço de diálogo para refletir sobre a história, a cultura e a luta desses povos
No dia 19 de abril, é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, antes conhecido como Dia do Índio. A alteração da nomenclatura foi viabilizada por meio da aprovação de uma lei federal de 2022, que busca dar visibilidade e valorizar a diversidade cultural e a riqueza histórica dos povos que habitavam o território brasileiro, antes da chegada dos colonizadores europeus.
A historiadora e professora do Colégio Nossa Senhora das Neves, Amanda Conrado, afirma que a questão da mudança no nome proporciona uma valorização aos povos indígenas.
“O termo índio é pejorativo por entrar em um rol de padronizá-los da mesma forma. Quando chegou ao Brasil, o colonizador – primeiramente não de maneira proposital, mas em segunda sim – homogeneizou esses povos utilizando o termo índio. Quando se utiliza esse termo, se revisita um preconceito a essas populações. Hoje, os movimentos indigenistas no Brasil orientam a utilização das nomenclaturas ‘povos indígenas’, ‘povos originários’, ‘povos nativos’, ou até mesmo pelas próprias tribos indígenas”, explica a historiadora.
A história e a cultura dos povos indígenas, ainda pouco conhecidas pela maioria da população, são muitas vezes retratadas de forma estereotipada e preconceituosa. A escola, portanto, tem o papel de desmitificar essas ideias e apresentar aos estudantes uma visão mais ampla e plural da história e da cultura brasileira, que inclui a diversidade indígena.
O geógrafo e também professor do Neves, Felipe Justino, comenta que nos conteúdos de História e Geografia, tem-se a contribuição dos indígenas na sociedade brasileira, tanto do ponto de vista histórico, quanto do ponto de vista do espaço geográfico e formação da população.
“Tivemos um sábado letivo como forma de valorização do papel do indígena na formação da sociedade brasileira. Abordamos as lutas atuais como a demarcação de terras, a situação frente as políticas públicas voltadas para os indígenas, as situações de instabilidades como a Covid-19 e questões de saúde dessas populações”, pontua Felipe.
A inclusão da história e cultura indígena nos currículos escolares já é obrigatória por lei, no entanto, ainda é pouco praticada nas escolas brasileiras. É preciso que as instituições de ensino se engajem nesse processo e ofereçam formação aos professores para que eles se sintam preparados para trabalhar a temática de forma adequada.
Nesse contexto, é importante destacar que a escola tem um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, e que a abordagem da temática indígena no ambiente escolar é uma das formas de se contribuir para essa mudança.
Foto: Divulgação
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