Agosto Dourado: amamentação cruzada eleva riscos de transmissão de doenças infectocontagiosas em crianças

Agosto Dourado: amamentação cruzada eleva riscos de transmissão de doenças infectocontagiosas em crianças

Pesquisa da Fiocruz revela que 21% da população brasileira recorre a essa prática e Nordeste registra a terceira maior incidência entre mães de crianças menores de 2 anos

A amamentação é fundamental para estabelecer os primeiros vínculos entre o bebê e a mãe, com o leite materno fornecendo a nutrição e proteção essenciais para o desenvolvimento inicial da criança. Neste mês, a campanha Agosto Dourado conscientiza a sociedade sobre os benefícios do leite materno, alimento considerado ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e incentiva a prática. No entanto, é preciso estar atento à “amamentação cruzada”, na qual uma mãe alimenta o filho de outra mulher. A ação é contrária às recomendações do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da própria OMS por oferecer uma série de riscos ao bebê.

Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 2019, 21,1% da população brasileira recorre a prática da amamentação cruzada, sendo a região Nordeste a terceira com o maior índice, atingindo 20,3% das mães de crianças menores de 2 anos.

Raphaela Cavalcante, enfermeira e docente do curso de Enfermagem da Estácio, destaca que a prática é alvo de preocupação devido aos riscos associados à transmissão de doenças infectocontagiosas em crianças. “Algumas mães recorrem a essa prática por acreditarem que seu leite é fraco, no entanto não existe leite fraco. O leite materno é adequado, completo, equilibrado e suficiente para o bebê. Porém, a amamentação cruzada pode expor o lactente a doenças transmitidas pelo leite de outra mulher”, explica.

A profissional da saúde explica que, após a descoberta do Vírus da Imunodeficiência Humana [HIV], a amamentação cruzada começou a ser desaconselhada. Após estudos, a contra indicação foi formalizada tanto pelo Ministério da Saúde, quanto pela OMS. A alternativa segura para que o bebê consuma leite produzido por outra mulher que não a mãe é frequentar o Banco de Leite Humano, que segue um rigoroso processo de triagem e tratamento, assegurando a doação livre de qualquer possibilidade de transmissão de doenças ou infecções.

Dificuldades de amamentação

Para as mães que enfrentam dificuldades, a enfermeira e também professora da Estácio, Jessica Karine Baginski, orienta buscar ajuda em bancos de leite humano que contam com profissionais qualificados para auxiliar que seja feita a ordenha adequada, garantindo o estímulo à produção de leite materno e ganho de peso adequado do bebê.

“Também é recomendado que a amamentação seja realizada com os dois seios e sempre que a criança desejar, além disso, a ingestão adequada de líquidos e uma dieta equilibrada são fundamentais para aumentar a produção de leite materno”, complementa.

Se, por algum motivo, a amamentação não for possível ou houver contraindicações, Jéssica ressalta que a mãe deve buscar o atendimento do médico pediatra, que poderá indicar fórmulas lácteas específicas e adequadas à idade do bebê.

Foto: Pexels

Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.

MAIS LIDAS DO DIA

Assine nossa Newsletter

Casas Bahia abre vagas para PCD no Nordeste São João em Natal: Edição 2024 será mais modesta, diz prefeito Pesquisa Prefeitura de Natal 2024: Carlos Eduardo lidera levantamento do Instituto Seta MPRN recomenda que governo do RN não aumente salários nem faça concursos para evitar colapso fiscal Midway Mall comemora 19 anos com sorteio de três BYD zero quilômetro e desfile de moda Neoenergia Cosern é criticada por quedas de energia no Réveillon Festival MADA 2023 terá o ‘Baile da Amada’ Cosern é condenada a indenizar cliente por cobrança indevida por falha em medidor Influencer trans Flávia Big Big morre vítima de câncer Ambulância das drogas: Motorista do SAMU preso usava o veículo para transportar e vender maconha e cocaína Prefeitura de Natal lança concurso para procurador Lei Seca: Idoso é preso pela terceira vez dirigindo bêbado em Natal
Pular para o conteúdo