Presidente enfrenta derrota legislativa em sua agenda de austeridade.
O Senado da Argentina rejeitou, nesta quinta-feira (14.mar.2024), o megadecreto de reformas econômicas proposto pelo presidente Javier Milei, um golpe significativo na agenda de austeridade do líder libertário, que busca reestruturar a economia do país.
Milei, economista polêmico cujo partido detém minoria no Congresso, assumiu o cargo em dezembro e tem utilizado seus poderes para emitir decretos presidenciais e implementar medidas que variam de privatizações a reformas trabalhistas. No entanto, o decreto, inicialmente composto por mais de 600 artigos, foi rejeitado por 42 votos contra 25, com quatro abstenções. Vale ressaltar que sua rejeição definitiva só ocorrerá se também for rejeitada pela Câmara dos Deputados, onde o partido do presidente também tem minoria.
Esta votação representa a segunda derrota legislativa para Milei, após os parlamentares terem bloqueado, no mês passado, um pacote separado de reformas abrangentes. O senador da oposição, Martín Lousteau, justificou seu voto contra o decreto, alegando que este é inconstitucional.
O decreto assinado em dezembro, apenas alguns dias após o início do mandato do novo presidente, marca o início do choque de tratamento de Milei para os problemas econômicos crônicos da Argentina, incluindo a desvalorização do peso em mais de 50%. Embora as medidas do governo tenham movido os desequilíbrios fiscal e comercial do país em direção favorável, também afetaram significativamente a população, com a inflação anual atingindo 276% no mês passado e os níveis de pobreza alcançando 57% da população.
Foto: Fórum Econômico Mundial/Ciaran McCrickard/Via Fotos Públicas
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