Operação do MPRN desmantela esquema de lavagem de dinheiro em esmalterias

Operação do MPRN desmantela esquema de lavagem de dinheiro em esmalterias

Investigação conjunta revela conexão entre negócios de beleza e atividades criminosas no Rio Grande do Norte

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou, nesta quinta-feira (25.abr.2024), a operação Grammer em parceria com a Polícia Civil potiguar, mirando um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a abertura de esmalterias no Estado. As diligências foram cumpridas em Natal, Parnamirim e Areia Branca.

Entre 2017 e 2020, mais de R$ 7 milhões foram movimentados nas contas bancárias dos empreendimentos de beleza, provenientes, em parte, de atividades criminosas como tráfico de drogas, furto qualificado e sonegação fiscal.

O termo “Grammer” refere-se a influenciadores digitais que usam as mídias sociais para promover produtos e serviços. A operação, que contou com o suporte da Polícia Militar, resultou no cumprimento de um mandado de prisão preventiva e em outros 13 de busca e apreensão, envolvendo promotores de Justiça, servidores do MPRN e policiais militares.

As investigações revelaram que o financiamento para a abertura de pelo menos quatro esmalterias em Natal e Parnamirim tem origens ilícitas, ligadas a explosões de caixas eletrônicos, tráfico de drogas e sonegação fiscal. Esse esquema foi coordenado por um homem com extenso histórico criminal, atualmente cumprindo pena no sistema prisional do estado. Sua ex-mulher, empresária proprietária das esmalterias, é uma influenciadora digital na área da beleza, plenamente ciente da origem ilícita dos fundos que impulsionaram seu negócio.

Além dela, outros membros da família e uma funcionária dos salões estão sob investigação. Medidas restritivas, como o uso de tornozeleiras eletrônicas e retenção de passaportes, foram aplicadas. Desde a abertura da primeira esmalteria, em 2016, o casal continuou a expandir os negócios sem justificativa econômica lícita, mantendo um estilo de vida luxuoso incompatível com suas rendas declaradas.

O principal investigado, que tinha um salário declarado de cerca de R$ 1 mil em 2016, ocupava o cargo de gerente administrativo na empresa. A investigação identificou ainda a participação de terceiros como intermediários ou “laranjas”, comprovando o escoamento de recursos oriundos de atividades ilícitas para o investimento nos negócios, configurando um verdadeiro “capital de giro criminoso”.

Foto: Divulgação/MPRN

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