Investigações revelam esquema de disseminação de notícias falsas para influenciar política local e coagir autoridades
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), em uma ação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e a Polícia Militar, deflagrou na manhã desta quinta-feira (23.mai.2024) a Operação DesFarsa. A operação teve como objetivo desmantelar uma central de fake news que estava em funcionamento no estado, com o intuito de criar, disseminar e promover notícias falsas sobre autoridades do Rio Grande do Norte, visando a interesses políticos e manipulação da opinião pública.
As investigações, que se estenderam por vários meses, revelaram um esquema complexo de contratação de serviços especializados em postagens nas redes sociais. O esquema envolvia pelo menos seis perfis diferentes, um deles com mais de 20 mil seguidores, que se apresentavam como veículos de conteúdo político voltado para cidades do interior do Rio Grande do Norte. No entanto, esses perfis eram utilizados para criar e disseminar narrativas falsas que visavam prejudicar o prestígio de instituições públicas e coagir servidores públicos.
Conversas obtidas durante a investigação mostram que os responsáveis pela central de fake news estavam plenamente conscientes da ilegalidade de suas ações. Eles desenvolveram estratégias detalhadas para evitar a identificação por parte dos investigadores, incluindo o uso de contas falsas e a contratação de serviços de terceiros para dificultar o rastreamento das postagens.
As ações da central de fake news se configuram em diversos crimes, entre eles calúnia, difamação, ameaça contra servidor público, coação no curso do processo, além de associação criminosa de tipo milícia digital. Diante da gravidade dos crimes, a Operação DesFarsa cumpriu sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Natal, Parnamirim e Lagoa Salgada, no Rio Grande do Norte, e em Garuva, Santa Catarina. Participaram da operação quatro promotores de Justiça, 14 servidores do Gaeco/GSI, 20 policiais militares do RN e cinco integrantes do Gaeco/SC.
O material apreendido, que inclui computadores, celulares e documentos, será submetido a uma análise minuciosa pelo Gaeco para aprofundar as investigações e identificar todos os envolvidos. Além disso, foram decretadas medidas cautelares para impedir a continuidade das atividades de desinformação e coação.
Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração
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