MPRN recomenda que governo do RN não aumente salários nem faça concursos para evitar colapso fiscal

MPRN recomenda que governo do RN não aumente salários nem faça concursos para evitar colapso fiscal

Medidas incluem suspensão de aumentos salariais, criação de cargos e concursos públicos para controlar gastos com pessoal no Rio Grande do Norte

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) emitiu uma série de recomendações ao governo estadual com o objetivo de ajustar as despesas às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Publicada no Diário Oficial do Estado na terça-feira (4.jun.2024), a recomendação visa controlar rigorosamente os gastos com pessoal e evitar desequilíbrios financeiros.

Entre as medidas propostas, estão a suspensão de aumentos salariais, a criação de novos cargos e a realização de concursos públicos. O documento, assinado pela procuradora-geral de Justiça, Elaine Cardoso, estabelece um prazo de 90 dias para que o governo implemente essas ações.

A principal recomendação é a eliminação de pelo menos 10% dos gastos excedentes com pessoal por ano, com o objetivo de alcançar um percentual de 53,45% da receita corrente líquida até o final de 2024. O governo estadual deve continuar a redução gradual dos gastos nos anos subsequentes, com metas de 52,89% em 2025 e 52,34% em 2026, até atingir o limite de 49% em 2032.

As recomendações detalhadas incluem:

  • Abster-se de conceder qualquer aumento, reajuste ou adequação de remuneração, exceto os derivados de sentença judicial ou determinação legal ou contratual.
  • Não criar novos cargos, empregos ou funções públicas, nem alterar estruturas de carreira que impliquem aumento de despesa.
  • Suspender a contratação de horas extras e a realização de novos concursos públicos, exceto para reposição de vagas em casos de morte ou aposentadoria, especificamente nas áreas de saúde, educação e segurança.

Segundo o MPRN, no primeiro quadrimestre de 2024, o Rio Grande do Norte comprometeu 56,86% da receita corrente líquida com gastos de pessoal, uma porcentagem significativamente superior ao limite de 49% estabelecido pela LRF. Em 2022, esse índice era de 52,14% no mesmo período.

De acordo com o Relatório de Gestão Fiscal do Tesouro Nacional, o Rio Grande do Norte possui o maior percentual de gastos com pessoal entre todos os estados brasileiros, o que evidencia a necessidade de medidas severas para controlar as finanças estaduais.

Governo afirma que ja esta adotando medidas para reduzir despesas
Foto: João Gilberto/ALRN/Ilustração

Em resposta, o governo do Rio Grande do Norte emitiu uma nota afirmando que já está adotando medidas para reduzir despesas. A nota ressalta que 70 mil servidores do Poder Executivo não tiveram recomposição salarial em 2023 e 2024, e que alguns não recebem aumentos desde 2020.

O governo atribui parte das dificuldades financeiras à redução da alíquota do ICMS sobre combustíveis e energia elétrica, implementada pelo governo federal anterior, o que resultou em uma perda de arrecadação de mais de R$ 1 bilhão anuais.

O governo estadual também mencionou que está buscando equilibrar as finanças e que essas ações são prioritárias para a administração da governadora Fátima Bezerra. Além disso, a nota sugere que o levantamento de patrimônios e a destinação econômica desses ativos para gerar recursos adicionais estão sendo considerados como parte das estratégias de ajuste fiscal.

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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