Falta de leitos de UTI neonatal e pediátrica no Rio Grande do Norte preocupa autoridades e profissionais da saúde
Há 12 anos, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern) move uma ação judicial exigindo a ampliação de leitos de UTI neonatal e pediátrica na rede pública estadual, conforme o crescimento populacional. A oferta atual de 43 leitos para crianças e 126 para recém-nascidos está muito abaixo da demanda, segundo a entidade.
Recentemente, o Ministério Público (MPRN) abriu outra ação para que o Hospital Maria Alice Fernandes, em Natal, adicione 10 novos leitos de UTI em até 60 dias. Contudo, a unidade enfrenta a ameaça de fechamento de leitos em julho por falta de profissionais na escala.
A Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap-RN) afirmou que, no momento, não há previsão de abertura de novos leitos infantis. Em resposta, o Cremern continua a pressionar por melhorias na assistência intensiva para bebês e crianças. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, são necessários 4 leitos de UTI neonatal para cada mil nascidos vivos. Em 2022, o RN registrou mais de 40 mil nascidos vivos, segundo o Datasus.
Marcos Jácome, presidente do Cremern, afirmou, em entrevista ao portal g1 RN, a persistente deficiência na quantidade de UTIs pediátricas e neonatais, ressaltando que a responsabilidade de prover suporte de saúde é federal, estadual e municipal. Ele enfatizou a gravidade da situação e a necessidade urgente de alocação de recursos.
Em uma recente ação judicial, a promotora Iara Pinheiro destacou que o Hospital Maria Alice Fernandes possui estrutura e equipamentos adequados para abrir mais 10 leitos críticos. No entanto, a falta de profissionais e a saturação da rede particular complicam a situação.
De acordo com a Sesap-RN, embora não haja problemas na escala de junho, a cooperativa responsável pelos serviços ainda precisa enviar a escala do próximo mês até o dia 25.
Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração
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