Assunto volta à tona nesta sexta-feira (27), Dia Nacional da Doação de Órgãos
Nesta sexta-feira (27), o Brasil celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos, data que busca conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e incentivar o diálogo deste tema entre os familiares. A data integra as atividades da campanha Setembro Verde, em alusão ao tema.
Segundo Marcos Lima, neurologista e professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali, melhor ecossistema de educação em saúde do país, a doação de órgãos pode ser feita tanto por pessoas vivas quanto por aquelas que já faleceram, e cada modalidade envolve critérios específicos que garantem a segurança e eficácia dos transplantes.
No caso dos doadores falecidos, é necessário que a pessoa tenha sido diagnosticada com morte encefálica (traumatismo craniano, Acidente Vascular Cerebral, entre outras), ou seja, quando há a interrupção irreversível das funções do cérebro, mas o coração e outros órgãos continuam funcionando artificialmente com o uso de aparelhos e medicações. “Esse diagnóstico é feito de forma cuidadosa e precisa, seguindo um protocolo rigoroso, e somente após essas confirmações é que a família é consultada sobre a possibilidade de doação”, explica o especialista.
No Brasil, a doação de órgãos só ocorre com a autorização familiar. “Mesmo que o falecido tenha manifestado em vida o desejo de ser doador, a decisão final cabe à família. Por isso, é fundamental que as pessoas conversem com seus familiares sobre a intenção de doar. É um gesto que pode transformar o luto em esperança para quem está na fila de transplante”, complementa Lima.
A lista de espera é organizada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e prioriza pacientes conforme a gravidade e o tempo de espera, sendo monitorada por estados ou regiões. Segundo informações do portal do Ministério da Saúde (MS), entre os órgãos mais demandados estão rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino; e tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.
Doadores vivos
Esse público também desempenha um papel importante, e pode doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea ou parte do pulmão, de maneira que não prejudiquem a própria saúde. “No caso dos doadores vivos, é necessário que a pessoa tenha boas condições de saúde, seja maior de idade e tenha compatibilidade sanguínea. De acordo com a legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores de órgãos. Já a doação por pessoas vivas que não têm parentesco com o receptor só pode ser realizada com autorização judicial”, afirma o docente da UnP/Inspirali.
Para garantir a segurança dos receptores, a equipe médica realiza uma entrevista clínica detalhada, investigando o histórico de saúde com o doador em vida ou com os familiares dos doadores falecidos. “Doenças como diabetes ou infecções crônicas podem inviabilizar a doação de determinados órgãos, e é por isso que essa entrevista é essencial”, detalha o neurologista.
Ainda segundo o professor Marcos Lima, a conscientização e o diálogo são fundamentais. “A doação de órgãos é uma maneira de dar continuidade à vida de outra pessoa. É um ato de amor que requer uma decisão consciente e informada. Falar sobre isso com a família é o primeiro passo”, enfatiza.
Foto: Divulgação
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