Relatório da Instituição Fiscal Independente alerta para necessidade de medidas emergenciais no último bimestre do ano.
O governo federal enfrenta um desafio fiscal significativo: reunir R$ 42,3 bilhões nos últimos dois meses do ano para atingir a meta de déficit primário zero em 2024. Essa estimativa foi divulgada pela Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado, no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de novembro.
Caso opte por alcançar o limite inferior da meta, com margem de tolerância de 0,25% do PIB, o esforço necessário seria de R$ 13,6 bilhões, o que exige maior eficácia em medidas previstas no orçamento, como a compensação da desoneração da folha e a retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Estratégias para alcançar a meta
A IFI sugere que a continuidade da limitação de execução das emendas parlamentares e o “empoçamento” de recursos em ministérios podem facilitar o alcance da meta. Historicamente, despesas discricionárias são realizadas com maior intensidade no último bimestre, mas a cautela adotada em períodos anteriores pode gerar uma “sobra” nos limites de pagamento.
Embora a arrecadação tenha surpreendido positivamente em outubro, analistas alertam para a desaceleração econômica no último bimestre, o que pode limitar a receita.
A complexidade do cenário reflete os desafios fiscais do governo, que busca equilibrar contas em um contexto de crescentes pressões orçamentárias e incertezas econômicas.
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.