Caso do “porta-malas de gás” resultou em penas de até 28 anos para os agentes envolvidos em abordagem no Sergipe
Os ex-policiais rodoviários federais Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia foram condenados neste sábado (7.dez.2024) pela morte de Genivaldo de Jesus dos Santos, ocorrida durante uma abordagem policial em 2022, na cidade de Umbaúba, Sergipe. O caso ganhou notoriedade nacional após Genivaldo ser asfixiado no porta-malas de uma viatura com gás lacrimogêneo.
Paulo Rodolpho Lima Nascimento recebeu a maior pena: 28 anos por homicídio triplamente qualificado. Já Kléber Freitas e William Noia foram condenados a 23 anos, um mês e nove dias por tortura seguida de morte. Os dois agentes tiveram as penas agravadas por motivo fútil, asfixia e impossibilidade de defesa da vítima.
O júri popular, que começou no dia 26 de novembro, foi acompanhado por cinco procuradores da República, incluindo membros de um grupo especializado em casos complexos. Durante o julgamento, os réus alegaram inocência, mas as filmagens feitas por testemunhas reforçaram as acusações.
Genivaldo, diagnosticado com esquizofrenia, foi abordado por trafegar de moto sem capacete. Após justificar o motivo, foi imobilizado com spray de pimenta, rasteiras e chutes antes de ser colocado no porta-malas da viatura. O gás lacrimogêneo foi ativado enquanto ele estava preso, sem possibilidade de defesa.
Em agosto de 2023, os policiais foram exonerados da corporação após processo administrativo conduzido pela PRF. A União também foi condenada a pagar R$ 1 milhão de indenização por danos morais à família de Genivaldo. O valor será dividido entre seus irmãos e sobrinho, que presenciou a ação.
O caso resultou em revisões nos protocolos operacionais da PRF, conforme determinação do Ministério da Justiça.
Foto: Reprodução/Arquivo
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