Prefeito de São José do Seridó tem salário de R$ 25 mil; Município do RN tem menos de 5 mil habitantes

Prefeito de São José do Seridó tem salário de R$ 25 mil; Município do RN tem menos de 5 mil habitantes

Levantamento revela salários elevados em municípios pequenos do Brasil

Um levantamento publicado pela Folha de S. Paulo neste domingo (23.mar.2025) revelou que prefeitos de cidades pequenas, com até 7 mil habitantes, têm remuneração acima da média. Entre os casos destacados está o prefeito de São José do Seridó (RN), Jackson Dantas, que ocupa o cargo pelo quarto mandato e recebe R$ 25 mil mensais. O município, localizado na Região Seridó, a 239 km de Natal, tem uma população estimada de 4.716 habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa aponta que os salários desses prefeitos podem superar os de gestores de cidades com até 50 vezes mais habitantes. Em Ingazeira (PE), com 4.959 habitantes e uma renda média de 1,6 salário mínimo, o prefeito recebe R$ 20 mil mensais, enquanto o vice-prefeito ganha R$ 10 mil. A cidade tem uma receita de R$ 43,9 milhões oriundos de transferências do estado e da União, mas arrecada apenas R$ 3,4 milhões por conta própria. A estrutura administrativa municipal, composta por prefeito, vice-prefeito, 12 secretários e vereadores, consome R$ 2,7 milhões anuais.

Outros municípios também apresentam vencimentos elevados para seus gestores. Porto Rico (PR) paga R$ 24.500 ao prefeito. Em comparação, a prefeita de Bauru (SP), cidade com 391.740 habitantes, recebe R$ 24.849 mensais.

Apesar dos altos salários, muitas dessas cidades enfrentam dificuldades em serviços essenciais. Em Lafaiete Coutinho (BA), que tem 4.221 habitantes, o prefeito recebe R$ 19 mil, embora 94,43% da receita municipal seja composta por repasses externos. Além disso, a cidade não conta com tratamento de esgoto. Já em Rio Crespo (RO), com 3.753 habitantes, o prefeito recebe R$ 18.954,50, mesmo com o município apresentando um dos maiores índices de mortalidade infantil do estado de Rondônia.

O advogado Omar Augusto Leite Melo explicou à Folha de S. Paulo que o sistema legal brasileiro favorece esse tipo de estrutura, pois cidades menores necessitam de um aparato administrativo semelhante ao de cidades maiores, o que gera altos custos.

Diferentemente dos vereadores, cujos salários possuem limites legais, a remuneração de prefeitos não possui restrição, o que pode ocasionar distorções orçamentárias.

Com informações da Folha de S. Paulo

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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