Informante agia no Iate Clube de Natal e repassava dados sobre saídas de equipes de fiscalização, segundo Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (29.abr.2025), a Operação Argos Panoptes, com o objetivo de investigar a atuação de um grupo suspeito de dificultar fiscalizações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra práticas de pesca ilegal no Rio Grande do Norte.
A investigação aponta que os integrantes do grupo criminoso utilizavam um informante posicionado no Iate Clube de Natal para monitorar e repassar informações sobre as saídas de equipes do Ibama. A tática visava antecipar as ações de fiscalização ambiental, permitindo que infratores evitassem autuações e apreensões durante as operações.

A operação contou com a participação de oito agentes da Polícia Federal e resultou no cumprimento de um mandado de busca e apreensão, autorizado pela 2ª Vara Federal do Rio Grande do Norte. O material apreendido será analisado para identificar outros envolvidos e aprofundar as investigações sobre o funcionamento da rede de apoio ao grupo investigado.
O nome da operação faz referência à figura mitológica Argos Panoptes, um gigante da mitologia grega descrito como tendo cem olhos e que vigiava tudo à sua volta, inclusive enquanto dormia. A escolha remete ao sistema de vigilância utilizado pelos investigados, que monitoravam as atividades do Ibama para beneficiar práticas ilícitas.
Os envolvidos são investigados por crimes ambientais e associação criminosa. Segundo a Polícia Federal, os principais delitos apurados são a extração ou exploração ilegal de recursos naturais e a formação de associação criminosa. As tipificações estão previstas nos artigos 153, §1º-A, do Código Penal e 69 da Lei nº 9.605/1998, que trata de crimes ambientais.
A prática de pesca ilegal e a exploração irregular de recursos naturais geram impactos ambientais significativos, afetando espécies marinhas, ecossistemas e a sustentabilidade da atividade pesqueira legal. A ação policial busca desarticular mecanismos de proteção informal que garantiam impunidade a práticas predatórias no litoral potiguar.
A Operação Argos Panoptes segue em andamento. A Polícia Federal informou que novas diligências poderão ser realizadas nas próximas semanas com base nas informações colhidas.
Foto: Polícia Federal/Divulgação
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