Venda de peixes em Natal registra queda após suspeita de intoxicação por ciguatera

Venda de peixes em Natal registra queda após suspeita de intoxicação por ciguatera

Caso de intoxicação alimentar envolvendo peixe arabaiana afeta comerciantes e reduz consumo em até 50% na capital potiguar

A venda de peixes em Natal sofreu uma forte redução após um caso de suspeita de intoxicação alimentar envolvendo a espécie arabaiana, consumida em um restaurante da capital. O episódio afetou diretamente comerciantes e produtores do setor, resultando em uma queda estimada de até 50% no volume de vendas no varejo, quando comparado a outros períodos do ano.

A redução foi observada especialmente no Mercado do Peixe, localizado no bairro das Rocas, um dos principais pontos de comercialização de pescado da cidade. O temor entre os consumidores, associado à ampla divulgação do caso em redes sociais e veículos de imprensa, foi apontado como fator determinante para a diminuição da procura pelo produto.

O caso que provocou a retração nas vendas está sob investigação das autoridades de saúde pública. Até o momento, 13 pessoas apresentaram sintomas de intoxicação alimentar após ingerirem peixe arabaiana em um restaurante de Natal. Destas, duas precisaram de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Amostras do alimento foram encaminhadas para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Lacen).

As investigações são conduzidas pelo Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) de Natal, com apoio da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). A principal hipótese é de contaminação por ciguatera, uma toxina natural que se acumula nos peixes após ingestão de algas contaminadas. Segundo as autoridades, a ciguatera não tem relação com o manuseio ou preparo do alimento, mas sim com a cadeia alimentar marinha.

Devido à complexidade das análises laboratoriais, a conclusão sobre o caso pode levar mais de 30 dias. Enquanto isso, os efeitos econômicos no setor já são perceptíveis. Empresários do ramo relataram uma queda significativa no volume de vendas, com impacto direto no abastecimento do mercado local.

A desinformação sobre o episódio foi apontada como um dos principais fatores para o agravamento da situação. Informações desencontradas e interpretações equivocadas sobre a origem e as causas da intoxicação ampliaram o receio da população, afetando também a movimentação em datas importantes para o comércio, como o Dia das Mães.

No segmento de atacado e exportação, o impacto também foi expressivo, com redução estimada de 300 quilos no consumo de pescados nas duas semanas seguintes ao ocorrido. A retração nas vendas provocou reavaliações de estratégias comerciais, incluindo campanhas de comunicação voltadas para a divulgação das boas práticas do setor e dos benefícios do consumo de pescado para a saúde.

O Sindicato da Indústria da Pesca do Rio Grande do Norte (Sindipesca RN) manifestou preocupação com o cenário e ressaltou a importância de os consumidores adquirirem produtos de empresas registradas, que ofereçam rastreabilidade e garantias de procedência. A informalidade no comércio de pescados é vista como um desafio para o controle de qualidade no litoral potiguar.

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) informou que a contaminação por ciguatera é rara no Brasil, mas já foi registrada em Fernando de Noronha desde 2022. A pasta reforçou que não existe tratamento específico para a condição e destacou a necessidade de notificação e análise laboratorial de casos suspeitos no estado.

A investigação sobre o caso segue em andamento, e novas informações devem ser divulgadas após a conclusão das análises.

Foto: Tony Winston/Agência Brasília/Ilustração / Roberto Galhardo/SEMSUR/Ilustração

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