Tecnologia com nanotecnologia permite identificar o cobre furtado, mesmo após derretido, e já foi aplicada em municípios potiguares
A empresa fornecedora de energia iniciou o uso de uma tinta com micropartículas de nanotecnologia para marcar cabos da rede elétrica no Rio Grande do Norte, como estratégia para combater o furto de cobre. A tecnologia torna o metal rastreável de forma permanente, mesmo que seja derretido ou triturado, dificultando sua revenda ilegal.
A ação começou a ser executada em cidades que concentram os maiores índices desse tipo de crime no estado: Mossoró, Tibau, Grossos, Areia Branca, Porto do Mangue, Macau e Guamaré. O objetivo é desestimular o mercado clandestino ao tornar o material mais facilmente identificável pelas autoridades.
Somente entre janeiro e abril de 2025, cerca de 110 mil consumidores ficaram sem fornecimento de energia em razão de furtos de cabos. Os prejuízos ultrapassam R$ 24 milhões, segundo dados da própria fornecedora, que também informou que 50 boletins de ocorrência foram abertos no período, com envio imediato das informações à Secretaria da Segurança Pública do Estado.
Segundo a empresa, os danos causados pelos furtos afetam diretamente hospitais, escolas, residências, delegacias, pousadas, salinas e parques eólicos, que ficam em média nove horas sem energia elétrica até que a rede seja recomposta.
No ano anterior, foram registradas 1.678 ocorrências de furtos em redes de baixa, média e alta tensão no estado. O volume de cabos furtados chegou a 49 toneladas, afetando aproximadamente 529 mil pessoas, número que representa um aumento de 153% em comparação a 2023.
Além da aplicação da tinta, outra medida adotada foi a substituição dos cabos de cobre por cabos de alumínio, que têm menor valor comercial e, portanto, são menos visados por criminosos. Em um dos trechos mais atingidos, entre Areia Branca e Mossoró, os nove quilômetros de linha tiveram o cobre substituído integralmente entre setembro e dezembro de 2024. O investimento foi de R$ 3,2 milhões.
Atualmente, o trabalho está concentrado na substituição do material na linha entre Macau e Guamaré. Cerca de 60% dos 27 quilômetros já tiveram os cabos de cobre trocados. A previsão é de que, ao todo, 76 quilômetros das quatro linhas mais vandalizadas no estado passem por essa alteração, ao custo estimado de R$ 30,7 milhões.
Para reforçar o controle sobre a circulação desses materiais, o Governo do Estado publicou, em 16 de setembro de 2024, o Decreto nº 33.958/2024, que regulamenta a compra, venda ou troca de cabos de cobre, alumínio, baterias e transformadores voltados à reciclagem. O decreto obriga sucateiros e recicladores a se cadastrarem na Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol/RN) e emitirem recibos com registro das transações realizadas.
A empresa afirma que continuará investindo em ações de prevenção, tecnologia e cooperação com as forças de segurança para reduzir os impactos causados pelos crimes de furto de cabos e garantir a continuidade do serviço em todo o território potiguar.
Foto: Canindé Soares Divulgação / Neoenergia Cosern
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