Vigilância Sanitária afirma que consumo de pescado segue seguro mesmo após registros de intoxicação por toxina ciguatera
Desde o início de maio, o comércio de pescado em Natal vem enfrentando uma queda significativa nas vendas após um episódio de intoxicação alimentar envolvendo 13 pessoas. As vítimas consumiram peixe da espécie arabaiana em um restaurante local, e a causa foi atribuída à toxina ciguatera, substância naturalmente presente em algumas espécies marinhas e que não pode ser detectada antes do consumo.

A Vigilância Sanitária de Natal (VISA Natal) declarou que o caso é tratado como uma fatalidade. Segundo o órgão, todos os pacientes intoxicados se recuperaram e não houve falhas identificadas no manuseio ou preparo do alimento no estabelecimento. A ciguatera não tem odor, cor ou sabor, tampouco é eliminada durante o cozimento, o que impossibilita sua detecção mesmo em ambientes com boas práticas sanitárias.
A ciguatera é uma toxina produzida por algas que se fixam em recifes de coral. Essas algas são ingeridas por pequenos peixes herbívoros, que por sua vez são consumidos por espécies maiores, como a arabaiana. Embora seja uma ocorrência rara no Brasil, existem registros em locais como Fernando de Noronha e regiões do Caribe. No Brasil, o Ministério da Saúde passou a monitorar oficialmente a presença da toxina a partir de 2022.

Na tradicional Feira das Rocas, comerciantes relataram queda generalizada nas vendas de peixe, inclusive entre espécies não associadas ao caso, como atum, pescada branca e robalo. A falta de confiança do consumidor se reflete em feiras e mercados, mesmo sem recomendações oficiais para restringir o consumo de qualquer tipo de pescado.
Apesar do temor inicial, a VISA Natal não estabeleceu novos protocolos de fiscalização nem restringiu a comercialização de espécies. O órgão reitera que não há evidência de riscos amplos e que o consumo de pescado pode continuar normalmente, desde que o consumidor siga os cuidados habituais na compra e no preparo.
Recomenda-se observar características como olhos salientes, brânquias avermelhadas e escamas firmes ao adquirir o produto. Também é importante garantir que o pescado esteja sob refrigeração adequada e armazenado em local com boas condições sanitárias.
A população pode fazer denúncias ou relatar sintomas de intoxicação alimentar à Vigilância Sanitária de Natal por meio do WhatsApp (84) 3232-9435, e-mail urrnatal@gmail.com ou pelo aplicativo Natal Digital.
Foto: Tony Winston/Agência Brasília / Roberto Galhardo/SEMSUR
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