Polícia Civil do RS prendeu três suspeitos em Natal; vítimas depositaram valores entre R$ 1,5 milhão e R$ 4 milhões
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga um golpe de falso investimento que causou prejuízos milionários a moradores do estado. Três suspeitos foram presos no fim de maio em Natal, capital do Rio Grande do Norte, onde, segundo as investigações, o esquema era operado. As identidades dos presos não foram divulgadas.
A investigação teve início após vítimas procurarem a polícia relatando perdas significativas em uma plataforma digital de investimentos. Em um dos casos, um morador de Porto Alegre depositou cerca de R$ 1,8 milhão acreditando que obteria um lucro estimado em R$ 5 milhões. Em outro, o prejuízo chegou a R$ 4 milhões. Também foram registrados casos com perdas de R$ 1,5 milhão, R$ 1,8 milhão e R$ 2,5 milhões.

De acordo com a polícia, o grupo criminoso atuava por meio de uma estrutura aparentemente profissional. Os suspeitos criaram uma plataforma falsa, com site e aplicativo para celular, simulando ser uma corretora internacional de investimentos. O golpe incluía contratos em inglês, atendimento personalizado e contato constante via WhatsApp, conferindo aparência de legitimidade.
A atuação do grupo envolvia a criação de empresas de fachada e contas bancárias em nome de terceiros, utilizadas para movimentar o dinheiro das vítimas. As promessas incluíam lucros acima da média de mercado, com a orientação de manter os valores aplicados por mais tempo para maximizar os rendimentos.
Conforme avançavam nas negociações, os suspeitos ofereciam supostas oportunidades de investimentos ainda mais lucrativos dentro da própria plataforma. Quando as vítimas tentavam sacar os valores, passavam a enfrentar dificuldades para obter retorno ou sequer conseguiam contato com os representantes da empresa. A ausência de um canal direto de saque e a dependência de intermediários reforçavam a ilusão da operação legítima.

Segundo as investigações, o braço operacional do esquema estava sediado em Natal, de onde os suspeitos mantinham contato com as vítimas em diferentes regiões do país. As evidências indicam que o golpe não se restringia ao Rio Grande do Sul, atingindo pessoas em outros estados.
No dia 22 de maio, a Polícia Civil cumpriu 12 ordens judiciais em Natal, entre mandados de prisão, busca e apreensão, e indisponibilidade de bens dos investigados. Três pessoas foram presas na operação. A polícia também busca identificar possíveis conexões entre os investigados e outros casos semelhantes registrados em diferentes localidades.
As autoridades seguem recebendo denúncias de vítimas de fraudes associadas a plataformas de investimentos falsas. A apuração aponta que o número de lesados pode ser maior que o inicialmente registrado. As investigações continuam para identificar novos integrantes da organização criminosa e outras ramificações do esquema.
A Polícia Civil do RS não descarta a possibilidade de realizar novas fases da operação, diante do volume de denúncias que continua a ser registrado. O caso segue sob apuração da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa (DRACO) do Rio Grande do Sul.
Foto: Manuella Brandolff/Especial Palácio Piratini / Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
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