Justiça autoriza lutador potiguar condenado por estupro a recorrer em liberdade

Justiça autoriza lutador potiguar condenado por estupro a recorrer em liberdade

Edilson Florêncio, preso em flagrante após ataque em Fortaleza, foi condenado a mais de 8 anos de prisão, mas poderá responder em liberdade

O lutador de Artes Marciais Mistas (MMA), Edilson Florêncio da Conceição, condenado a oito anos e dois meses de prisão por estupro de vulnerável, foi autorizado pela Justiça a recorrer em liberdade. Natural de Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte, Edilson estava preso desde o dia 19 de janeiro, após ser flagrado pela polícia agredindo uma mulher em Fortaleza, no Ceará.

A decisão foi tomada pela juíza Adriana Aguiar Magalhães, da 5ª Vara Criminal de Fortaleza, na última sexta-feira (6.jun.2025), e executada na segunda-feira (9.jun.2025). A magistrada considerou que o réu é primário e possui bons antecedentes, o que fundamentou o relaxamento da prisão.

Segundo o processo, Edilson foi condenado a 8 anos de reclusão em regime semiaberto por estupro de vulnerável, pois a vítima estava alcoolizada no momento do crime. Além disso, o réu recebeu pena de 2 meses de detenção por resistir à prisão, pena já cumprida durante os 4 meses e 12 dias que esteve detido.

Prisão e condenação

O crime aconteceu em janeiro deste ano, quando Edilson trabalhava como motorista por aplicativo. A vítima, a empresária Renata Coan Cudh, pegou uma corrida após sair de uma festa no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Durante o trajeto, o motorista desviou o caminho para uma área de matagal, onde atacou a passageira.

Policiais militares que estavam nas proximidades ouviram os gritos da vítima e conseguiram prender Edilson em flagrante. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde foi autuado.

Durante o julgamento, a juíza reconheceu a vulnerabilidade da vítima no momento do crime, destacando que ela estava alcoolizada e impossibilitada de resistir. A sentença foi publicada no início deste mês.

Manifestação da vítima

Após a divulgação da decisão que concedeu liberdade ao agressor, a empresária Renata Coan publicou um vídeo nas redes sociais em que relatou detalhes do ataque e criticou a soltura do condenado. No relato, ela afirma ter sido “sequestrada, violentada e estrangulada até quase a morte”. Segundo Renata, só sobreviveu porque foi salva por três policiais que passavam pela área.

“Eu não tive chance nenhuma de defesa. Me lembro de cada segundo do ar faltando. Foi Deus que enviou três policiais que já estavam indo embora no final do turno e que me salvaram e prenderam um homem em flagrante”, afirmou Renata.

A empresária também destacou que manteve silêncio nos últimos meses para preservar a própria intimidade e a de sua família. “Por mais que eu tentasse transparecer que estava bem nas redes sociais, nesses quatro meses sofremos em silêncio”, declarou.

Renata disse temer pela própria segurança e pela de outras mulheres. “Como vou ter paz sabendo que ele está nas ruas? Eu não era a primeira, não ia ser a última. E, se não fosse eu naquela noite, seria outra mulher. Talvez essa mulher não estivesse aqui para contar a história”, afirmou.

Defesa e justificativa judicial

A defesa de Edilson, representada pela advogada Carolina Dantas Azin Rocha, declarou em nota que a decisão judicial respeita os preceitos legais. “Embora o crime seja classificado como hediondo, a fixação da pena deve observar princípios constitucionais. A decisão não representa absolvição nem impunidade, mas o cumprimento da legislação brasileira”, disse a advogada.

Ela também afirmou que o trabalho da defesa continuará sendo conduzido com ética e respeito à dor da vítima.

Situação processual

Com o benefício concedido, Edilson responderá ao processo em liberdade, enquanto sua condenação segue para instâncias superiores, caso haja recursos. Ainda restam 7 anos, 9 meses e 18 dias de pena a cumprir, inicialmente em regime semiaberto.

O caso segue gerando repercussão nas redes sociais, especialmente após o depoimento público da vítima. Organizações e ativistas de direitos das mulheres manifestaram apoio à empresária e cobram revisão da decisão.

Foto: Reprodução

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