Governo aguarda STF para iniciar restituição de descontos indevidos em aposentadorias do INSS

Governo aguarda STF para iniciar restituição de descontos indevidos em aposentadorias do INSS

Plano de pagamento prevê devolução de valores com correção monetária; mais de R$ 6 bilhões foram descontados irregularmente, segundo a Polícia Federal

O governo federal aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para anunciar o calendário de restituição dos descontos indevidos aplicados sobre aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre os anos de 2019 e 2024.

A medida depende da autorização do STF para abertura de crédito extraordinário, conforme solicitado pela Advocacia-Geral da União (AGU) em ação protocolada na Corte. O montante a ser restituído não será computado dentro do teto de gastos dos exercícios de 2025 e 2026.

Segundo estimativas da Polícia Federal (PF), mais de R$ 6 bilhões foram descontados de forma irregular de aposentados e pensionistas, por meio de associações e entidades que firmaram vínculos não autorizados com os segurados.

Restituição será feita sem necessidade de ação judicial

O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou, nesta sexta-feira (13.jun.2025), durante participação no programa A Voz do Brasil, que os beneficiários que já contestaram os descontos junto ao INSS terão seus valores totalmente restituídos, com correção monetária.

“Apresentamos a proposta do plano de pagamento e, uma vez validado pelo STF, vamos anunciar o calendário de pagamento aos aposentados e pensionistas que buscaram o INSS e têm os valores confirmados”, disse Messias.

O representante da AGU reforçou que não há necessidade de ação judicial para garantir a restituição. Ele explicou que a própria União está assumindo o compromisso de efetuar o ressarcimento diretamente, sem a necessidade de mediação judicial.

A AGU também pediu ao STF a suspensão do prazo de prescrição e das ações judiciais em andamento, a fim de garantir que os segurados não percam o direito à restituição caso a decisão judicial demore a ser proferida.

“Queremos que os beneficiários sejam protegidos e não tenham seus direitos violados. Não há pretensão resistida por parte do governo”, destacou Messias.

Entidades e dirigentes tiveram bens bloqueados

No curso das investigações, a AGU obteve decisões judiciais que determinaram o bloqueio de quase R$ 3 bilhões de 12 entidades associativas e seus dirigentes, que teriam se beneficiado dos descontos sem consentimento dos segurados.

As investigações apontam que as associações firmavam convênios com o INSS, vinculando aposentados e pensionistas sem autorização expressa. Com isso, valores referentes a mensalidades e contribuições eram automaticamente descontados dos benefícios previdenciários.

A Polícia Federal, que atua em parceria com o Ministério da Previdência Social e a Controladoria-Geral da União (CGU), estima que o esquema operou de forma sistemática, com prejuízos bilionários aos beneficiários do INSS em todo o país.

Aguardada decisão do STF

A efetivação do plano de pagamento e a divulgação do calendário de restituição ainda dependem de análise e validação do Supremo Tribunal Federal. Após a autorização do crédito extraordinário, o governo deverá iniciar o repasse dos valores diretamente aos beneficiários lesados.

A expectativa é de que a devolução seja operacionalizada pelo próprio INSS, por meio dos dados já existentes nos sistemas de contestação e apuração dos descontos irregulares. O cronograma exato será divulgado após a decisão do STF.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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