Mais da metade dos brasileiros prefere trabalho por conta própria do que CLT

Mais da metade dos brasileiros prefere trabalho por conta própria do que CLT

Pesquisa do Datafolha indica que 59% dos brasileiros preferem ser autônomos a ter um emprego formal; especialista comenta riscos de empreender sem planejamento

59% dos brasileiros preferem trabalhar por conta própria a ter emprego formal. É o que aponta uma pesquisa divulgada pelo Datafolha. De acordo com o Instituto, a tendência é mais forte entre jovens e pessoas com maior renda, e revela uma mudança no perfil do trabalhador brasileiro. O levantamento foi feito entre os dias 10 e 11 de junho com 2.026 pessoas ouvidas em 136 municípios de todo o país.

Os dados demonstram que 39% dos entrevistados se sentem mais confortáveis com o emprego formal, enquanto 31% se dizem dispostos a trabalhar sem registro se ganharem mais. Já na faixa etária de 16 a 24 anos, a preferência pelo trabalho por conta própria é mais acentuada. 68% dos jovens disseram que preferem ser autônomos, enquanto apenas 28% disseram preferir um vínculo empregatício com carteira assinada.

Segundo o contador Daniel Carvalho, diretor da Rui Cadete, os dados evidenciam uma transição de percepção geracional sobre estabilidade, mas acendem o alerta. “Empreender é um passo importante, mas que demanda muito mais do que uma boa ideia ou vontade de ser independente. O trabalhador que opta por atuar como autônomo precisa entender que está assumindo responsabilidades tributárias, financeiras e legais”, explica.

Já entre os entrevistados com mais de 60 anos, 50% afirmaram preferir trabalhar por conta própria, contra 45% que ainda valorizam o modelo CLT. Outra mudança apontada pelo Datafolha é a queda no número de pessoas que priorizam o emprego formal, ainda que isso signifique ganhar menos. Em 2022, 77% dos entrevistados preferiam a segurança da carteira assinada mesmo com remuneração inferior; agora são 67%.

“O que vemos no dia a dia é que, em meio aos salários baixos e a falta de oportunidades, muita gente ainda opta pelo empreendedorismo, mesmo desconhecendo os passos necessários para formalizar sua atividade, organizar receitas e despesas e manter a regularidade fiscal. Muitas vezes, só procuram uma assessoria profissional, como a de um contador, quando enfrentam problemas com a Receita Federal ou quando precisam de crédito”, destaca Daniel.

Iniciativas como o Microempreendedor Individual (MEI) e o Simples Nacional podem facilitar o processo de formalização, mas, de acordo com o diretor da Rui Cadete, mesmo estes precisam de orientação especializada. “Ser MEI ou optante pelo Simples não significa estar totalmente isento de obrigações. Há limites de faturamento, regras específicas e a necessidade de manter organização financeira. Quem ignora essas questões pode acabar tendo problemas”, encerra.

Foto: Divulgação

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