Crise no comércio exterior afeta empregos no RN

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Setores salineiro e pesqueiro suspendem exportações após tarifa dos EUA e pressionam por medidas do governo

O Comércio exterior do RN enfrenta uma crise provocada pela aplicação de tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos. Os principais setores exportadores do Rio Grande do Norte, o salineiro e o pesqueiro, suspenderam embarques para o mercado norte-americano e alertam para risco de demissões e queda na produção.

No setor pesqueiro, a frota de atum que chega neste período está sendo direcionada ao mercado interno. A exportação de pesca costeira foi suspensa. O setor aguarda a regulamentação do Plano Brasil Soberano para entender como acessar o crédito federal, incluindo o funcionamento do Reintegra, taxas de juros e formas de pagamento. Atualmente, o setor emprega entre 1,2 mil e 1,5 mil pessoas no estado, sendo que metade dos trabalhadores foi colocada em férias desde o início da vigência da tarifa.

Na indústria salineira, responsável por 98% da produção nacional, os embarques para os Estados Unidos foram suspensos. Clientes americanos recusam o sal brasileiro devido à taxação. Alguns embarques ainda podem ocorrer por força de contratos vigentes, mas com prejuízos significativos. O setor emprega mais de quatro mil pessoas diretamente e busca ampliar o benefício do Proedi e incluir o sal no Reintegra.

As alternativas ao mercado norte-americano são limitadas. No caso do sal, as exportações se concentram na costa leste dos EUA e na costa oeste africana, sem viabilidade logística para destinos mais distantes. Há estudos sobre exportação para a Europa. Na pesca, o mercado europeu seria uma opção, mas o Brasil está impedido de exportar pescados para o bloco desde 2018.

As sobretaxas começaram a valer em 6 de agosto, atingindo os exportadores potiguares, que têm nos Estados Unidos o principal destino do sal marinho e do pescado, especialmente o atum. Em 1º de agosto, o governo estadual anunciou a ampliação temporária do Proedi e a duplicação dos créditos de ICMS. O governo federal lançou o Plano Brasil Soberano com medidas como suspensão de tributos para exportadoras e reforço ao Reintegra.

Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), o impacto do tarifaço já é sentido. A entidade afirma que os setores salineiro e pesqueiro enfrentam pressão que compromete contratos, reduz competitividade e ameaça empregos. O apoio governamental é considerado insuficiente diante da dimensão do problema.

Comércio exterior do RN pode perder milhares de empregos

Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) aponta que o tarifaço pode causar a perda de até 146,6 mil empregos no Brasil em dois anos. A FIERN avalia que ainda não é possível dimensionar os impactos no RN, mas há risco real para setores intensivos em mão de obra. Cada contrato renegociado e cada contêiner retido representa ameaça direta ao emprego e à renda de milhares de famílias no estado.

Foto: Sandro Menezes/Assecom/Divulgação

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