Agência brasileira reforça ausência de evidências científicas sobre uso do medicamento na gravidez
Anvisa afirma que não há relação entre paracetamol e autismo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não há relação entre paracetamol e autismo. A declaração foi feita após repercussão de falas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu uma ligação entre o uso do medicamento durante a gravidez e o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
No Brasil, não há registros que associem o uso de paracetamol na gestação com casos de autismo. A afirmação da Anvisa foi divulgada na quarta-feira (24), em resposta à repercussão gerada entre mães de crianças com diagnóstico de TEA. Em redes sociais e grupos de maternidade, surgiram relatos de preocupação e culpa entre mulheres que utilizaram o medicamento durante a gravidez.
A Anvisa esclareceu que o paracetamol é classificado como medicamento de baixo risco e integra a lista de produtos que não exigem receita médica. A liberação de medicamentos no país segue critérios técnicos e científicos rigorosos, com foco na qualidade, segurança e eficácia. Mesmo os medicamentos de baixo risco são submetidos a monitoramento contínuo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também se manifestou sobre o tema. Em nota oficial, a entidade afirmou que não há evidências científicas conclusivas que confirmem qualquer relação entre o uso de paracetamol na gravidez e o autismo. A OMS destacou que diversas pesquisas sobre o assunto não encontraram associação consistente entre o medicamento e o transtorno.

A Agência de Medicamentos da União Europeia reforçou a posição da OMS, informando que não existem novas evidências que justifiquem alterações nas recomendações atuais de uso do paracetamol. A instituição mantém a orientação de que o medicamento pode ser utilizado conforme as diretrizes médicas vigentes.
Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) anunciou que iniciou o processo de revisão da bula do paracetamol. A agência informou que emitiu um alerta para profissionais de saúde sobre possíveis evidências em análise, mas não apresentou conclusões definitivas. A medida foi tomada como precaução diante da repercussão pública.
O Ministério da Saúde brasileiro também se posicionou. Em publicação nas redes sociais, o ministro Alexandre Padilha afirmou que não existe comprovação científica que relacione o paracetamol ao autismo. Segundo ele, o medicamento é considerado seguro pelas principais agências internacionais de saúde e o autismo foi identificado antes mesmo da criação do paracetamol.
A discussão sobre o uso de medicamentos durante a gravidez é recorrente em ambientes médicos e científicos. Especialistas recomendam que qualquer substância seja administrada sob orientação profissional, considerando os riscos e benefícios para a gestante e o bebê.
A Anvisa reforça que, até o momento, não há evidência que justifique mudanças na regulamentação do paracetamol no Brasil. A agência mantém o compromisso com a análise técnica e científica de todos os medicamentos disponíveis no mercado nacional.
Foto: Marcello Casal Jr/Tânia Rego/Agência Brasil
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