Anuário revela que Brasil não atingiu meta de matrícula em creches prevista no PNE
Uma em cada cinco crianças não têm acesso à educação infantil
Uma em cada cinco crianças não têm acesso à educação infantil no Brasil. O dado consta no Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, divulgado nesta quinta-feira (25), e revela que 19,7% dos pequenos com até 3 anos de idade estão fora da escola. O levantamento foi elaborado pelo Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna.
Segundo o relatório, os principais motivos para a ausência de matrícula são a falta de creches, distância das unidades escolares em relação à moradia, escassez de vagas e recusa por causa da idade. O atendimento a essa faixa etária é uma das metas do Plano Nacional da Educação (PNE), que previa, até 2024, a matrícula de ao menos 50% das crianças de 0 a 3 anos.
O índice alcançado foi de 41,2%, abaixo da meta estipulada. Em 2014, o percentual era de 29,7%, o que indica avanço, mas insuficiente para cumprir o objetivo traçado para o período de uma década.
O anuário também aponta que cerca de 20% das crianças gostariam de estar matriculadas em creches, mas não têm acesso ao serviço. Caso essa demanda fosse atendida, o Brasil ultrapassaria a meta do PNE.

Outro destaque do levantamento é a desigualdade no acesso à educação infantil. Em 2024, apenas 30,6% das crianças de 0 a 3 anos pertencentes aos 20% mais pobres tinham acesso à escola. Já entre os 20% mais ricos, o índice era de 60%, praticamente o dobro.
A desigualdade também se manifesta entre as regiões do país. A Região Norte apresentou o pior desempenho, com 23,7% de atendimento. A Região Sudeste teve o melhor índice, com 48,5%, ainda abaixo da meta nacional.
Entre os estados, apenas dois alcançaram a meta de 50% de atendimento: São Paulo, com 56,8%, e Santa Catarina, com 53,3%. Os demais estados permanecem abaixo do patamar estabelecido pelo PNE.
O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025 apresenta um panorama detalhado sobre os desafios da educação infantil no país, reforçando a necessidade de políticas públicas voltadas à ampliação do acesso e à redução das desigualdades regionais e socioeconômicas.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Tânia Rêgo/Agência Brasil
Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.







