Ação investiga esquema nacional de descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas e cumpre 66 mandados de busca e apreensão
A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (9) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados aplicados sobre aposentadorias e pensões.
Segundo informações divulgadas pela Polícia Federal, estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ordens judiciais estão sendo executadas simultaneamente nos estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e também no Distrito Federal.

A operação tem como objetivo aprofundar as apurações sobre o funcionamento de uma organização suspeita de praticar crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa e ocultação ou dilapidação patrimonial.
De acordo com a PF, as investigações apontam que o esquema estaria voltado à inserção indevida de dados de aposentados e pensionistas em cadastros de associações, provocando descontos automáticos nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sem que houvesse autorização dos titulares.
A nova etapa da Operação Sem Desconto busca reunir mais provas para identificar os responsáveis pela fraude e o destino dos valores obtidos. As investigações indicam que parte dos recursos arrecadados com os descontos irregulares teria sido transferida para contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados, com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro.

A ação é resultado do trabalho conjunto entre a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, que atua na análise dos dados financeiros e administrativos para rastrear indícios de irregularidades. O material apreendido nesta quinta-feira será encaminhado para perícia e análise, de modo a subsidiar as próximas etapas da investigação.
As medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal em razão do possível envolvimento de pessoas com foro por prerrogativa de função. O nome dos investigados não foi divulgado.
A Operação Sem Desconto teve início a partir de denúncias sobre cobranças indevidas em benefícios previdenciários. Desde as primeiras fases, a Polícia Federal tem identificado indícios de fraudes envolvendo entidades associativas e empresas de gestão de consignados que teriam realizado a inclusão de descontos nos benefícios sem autorização dos beneficiários.
Com a deflagração da nova fase, a PF pretende detalhar a atuação do grupo, o fluxo financeiro das operações e a extensão dos prejuízos causados aos aposentados e pensionistas em diversas regiões do país.
Foto: Divulgação/PF/Ilustração
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