
Por Thiago Martins – thiagolmmartins@gmail.com
Mobilidade em Pauta
Após o Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER/RN) decretar a caducidade da Empresa Alves, um empresário do setor de transporte intermunicipal procurou a reportagem para denunciar a falta de isonomia nas ações do órgão. Sob condição de anonimato, ele fez um duro desabafo contra o que classificou como “dois pesos e duas medidas” na gestão do sistema intermunicipal potiguar.
Segundo o empresário, enquanto o DER age com rigor contra empresas formais, como a Alves, mantém inertes mais de 80 permissões do transporte alternativo que operam de forma irregular, principalmente na Região Metropolitana de Natal.
“A caducidade da Alves foi decretada rapidamente, mas o DER não faz o mesmo com dezenas de alternativos que circulam fora das regras, sem vistoria e sem licitação. É uma situação absurda. Existem cerca de 81 permissões vencidas ou irregulares, e o órgão simplesmente fecha os olhos”, afirmou o empresário.
Linhas irregulares apontadas
De acordo com ele, várias linhas opcionais – de todas as regiões do Estado – operam atualmente em situação irregular, inclusive com veículos sem as condições mínimas exigidas por lei. Na área intermunicipal rodoviária, ele cita como exemplo trajetos como:
- Natal / Santa Cruz
- Natal / João Câmara
- Natal / Macau
- Natal / Tenente Ananias
- Natal / Pau dos Ferros
- Natal / São Tomé
- Natal / Monte Alegre
O denunciante afirma que há operadores circulando sem vistoria e sem controle efetivo do DER, representando risco tanto para os passageiros quanto para o equilíbrio do sistema.
“A fiscalização é praticamente inexistente. O que se vê é um colapso administrativo. Enquanto isso, empresas regulares, que investem e cumprem as regras, são punidas”, completou.
Questionamento sobre a gestão do DER
As críticas reforçam questionamentos à capacidade do DER/RN de gerir o transporte intermunicipal, em um cenário já marcado por operações irregulares, ônibus sucateados e ausência de licitação pública — pendência que se arrasta há décadas no Rio Grande do Norte.
Para o empresário, o problema não é apenas a fiscalização, mas a falta de critérios claros e de transparência nas decisões do órgão.
“O DER parece escolher a quem punir. Enquanto uns sofrem sanções imediatas, outros operam livremente, mesmo com irregularidades evidentes. Isso compromete o sistema e gera insegurança jurídica”, disse.
Até o momento, o DER/RN não se pronunciou sobre as críticas e nem confirmou se há processos em andamento para apurar as situações citadas.
Foto: Arquivo

Sobre Thiago Martins, colunista do Por Dentro do RN
Thiago Martins é jornalista formado pela UFRN e há 15 anos dedica-se ao estudo e à cobertura do setor de mobilidade urbana. Escreve sobre o tema desde o início da carreira, colaborando com portais de notícias especializados e acompanhando de perto as transformações na mobilidade ativa, no setor de transportes e na infraestrutura urbana. É proibida a reprodução total ou parcial deste texto sem autorização do autor e sem a inserção dos créditos, de acordo com a Lei nº 9610/98.
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