Lei estadual oficializa o Cajueiro de Pirangi como patrimônio natural, histórico e turístico do RN
Maior cajueiro do mundo é reconhecido como patrimônio do Rio Grande do Norte
O Cajueiro de Pirangi, localizado no município de Parnamirim, foi oficialmente reconhecido como patrimônio natural, paisagístico, ambiental, histórico e turístico material do Rio Grande do Norte. A lei que concede essa classificação foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (11).
A árvore é registrada pelo Guiness Book, o Livro dos Recordes, como o maior cajueiro do mundo desde 1994, quando sua área era estimada em cerca de 8,5 mil metros quadrados. Atualmente, o local é considerado um dos principais pontos turísticos do estado. Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema), responsável pela administração do espaço, mais de 350 mil turistas visitaram o cajueiro em 2024.
História e características
A idade do cajueiro é estimada em 136 anos, com base em relatos históricos da população local. A tradição oral indica que a árvore foi plantada em dezembro de 1888 por um pescador chamado Luiz Inácio de Oliveira. Registros fotográficos de quase sete décadas mostram moradores utilizando a sombra da árvore, que na época era conhecida como “o polvo” devido à forma dos galhos.
Enquanto um cajueiro comum vive em média 50 anos, o Cajueiro de Pirangi continua frutificando e servindo de abrigo para diversas espécies, como lagartos, timbus, aves migratórias, abelhas gigantes e formigas. A longevidade da árvore é atribuída a um processo chamado mergulhia, no qual os galhos crescem lateralmente, tocam o solo e criam novas raízes, originando outros galhos. Apesar disso, o caule e a raiz principal permanecem vivos.
A safra de cajus geralmente ocorre entre novembro e janeiro, podendo se estender até março em algumas ocasiões.

Debate sobre poda
Em 2025, a árvore se tornou alvo de um debate após decisão judicial que determinou a realização de poda, algo inédito até então. Até o momento, apenas manejos sanitários foram feitos para combater pragas como cupins. O Idema considera a poda necessária, mas biólogos e trabalhadores da região manifestaram preocupação sobre possíveis impactos na longevidade e nas características da árvore.
Estima-se que cerca de 1,2 mil metros da planta ultrapassem a área cercada, alcançando plataformas que conduzem os galhos por cima das ruas e próximos a residências e estabelecimentos comerciais.
Foto: Divulgação/Caroline Macedo/Idema
Siga o Por Dentro do RN também no Instagram e mantenha-se informado.







