Projeções do FMI mostram dívida brasileira acima da média regional e de outros emergentes
Brasil é a 6ª economia mais endividada da América Latina, segundo projeção do FMI
O Brasil aparece como a sexta economia mais endividada da América Latina e Caribe, de acordo com dados atualizados do Fundo Monetário Internacional (FMI). A instituição estima que a dívida bruta do governo geral brasileiro alcance 92% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, percentual superior ao registrado por todas as grandes economias emergentes da região.
Segundo o levantamento, o Brasil fica atrás apenas de países que apresentam desequilíbrios fiscais mais acentuados. São eles: Venezuela, Dominica, Barbados, São Vicente e Granadinas e Bolívia. Esses países lideram o ranking de endividamento da região.

A projeção do FMI para 2025 coloca o Brasil próximo de Bolívia, que tem estimativa de 92,40% do PIB, e acima de El Salvador, com 87,87% do PIB. O nível brasileiro também se mantém superior à média regional calculada pelo Fundo, estimada em cerca de 71% do PIB.
Ranking de endividamento projetado para 2025
A seguir, o ranking de dívida bruta como percentual do PIB, conforme estimativa do FMI para 2025:
- Venezuela – 138,46%
- Dominica – 97,78%
- Barbados – 97,73%
- São Vicente e Granadinas – 93,55%
- Bolívia – 92,40%
- Brasil – 92,04%
- El Salvador – 87,87%
- Suriname – 86,59%
- Bahamas – 79,39%
- Santa Lúcia – 73,63%
A posição brasileira consolida o país entre as economias mais alavancadas do continente. Os números também mostram que o endividamento nacional supera com diferença expressiva a média das nações da América Latina e Caribe.
Metodologia utilizada pelo FMI
O cálculo adotado pelo FMI segue o GFSM 2014 (Government Finance Statistics Manual), padrão internacional de estatísticas fiscais. Esse método amplia o alcance da dívida bruta ao incorporar todos os passivos do governo geral, independentemente do tratamento contábil praticado por cada país.
A metodologia considera:
- Títulos públicos
- Empréstimos
- Contas a pagar
- Outras obrigações que afetam a solvência do setor público
O propósito é garantir que as análises reflitam a real posição fiscal de cada governo, evitando distorções associadas a diferenças metodológicas. Como os países adotam práticas distintas na elaboração de estatísticas fiscais — algumas mais restritivas e outras mais amplas —, a padronização permite comparações diretas.
Importância da padronização internacional
Ao uniformizar critérios e definir a inclusão de todos os passivos relevantes, o FMI assegura que os dados de endividamento sejam comparáveis entre os países. Dessa forma, rankings e avaliações regionais passam a representar diferenças reais entre as economias, e não apenas divergências de cálculo.

Para a América Latina e Caribe, essa padronização oferece uma visão consolidada do comportamento fiscal regional, permitindo observar a posição de cada país em relação aos demais. No caso brasileiro, a metodologia evidencia o nível de endividamento projetado para 2025 e sua relação com o restante do continente.
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil / Paulo Pinto/Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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