Faltam calçadas em mais de 26% dos domicílios em favelas do RN, aponta IBGE

Faltam calçadas em mais de 26% dos domicílios em favelas do RN, aponta IBGE

Por Thiago Martins – thiagolmmartins@gmail.com
Mobilidade em Pauta

Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (5) revela um grave problema de infraestrutura urbana nas favelas e comunidades do Rio Grande do Norte: 26,29% dos domicílios nesses locais não possuem calçadas ou áreas de passeio para pedestres. Fora das favelas, o índice é menor, porém ainda preocupante, chegando a 9,82%.

Os dados fazem parte do estudo Entorno de Favelas e Comunidades Urbanas, produzido a partir do Censo Demográfico 2022. No estado, agentes do IBGE mapearam áreas de cinco municípios onde foram identificadas favelas: Natal, Parnamirim, Extremoz, São Gonçalo do Amarante e Mossoró.

Extremoz registra pior situação

Entre as cidades potiguares analisadas, Extremoz apresentou o maior percentual de domicílios em favelas sem calçadas: 35,42%. Curiosamente, o município também foi o único em que o índice fora das favelas é ainda maior — 36,42%.

Natal aparece com 27,92% dos domicílios em favelas sem calçadas, ocupando a 6ª posição entre as capitais brasileiras com melhores índices. No extremo oposto do país, Campo Grande (MS) registrou o pior cenário, com 93,54%.

Obstáculos dificultam circulação e acessibilidade

O estudo também avaliou as condições das calçadas existentes. No Rio Grande do Norte, 65,62% das calçadas de favelas possuem algum tipo de obstáculo, o que compromete a circulação de pedestres — especialmente idosos, pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida.

Esses obstáculos incluem:

  • Árvores, arbustos e galhos,
  • Postes, placas e equipamentos urbanos,
  • Buracos, desníveis e pavimentação danificada,
  • Entradas irregulares para veículos.

Entre os municípios analisados, Mossoró lidera com o pior índice: 82,69% das calçadas em favelas apresentam obstáculos. Em seguida aparecem:

  • São Gonçalo do Amarante – 77,21%
  • Parnamirim – 73,44%
  • Extremoz – 64,58%
  • Natal – 62,75%

Estudo reforça urgência em investimentos urbanos

O levantamento evidencia a necessidade de políticas públicas voltadas à mobilidade, acessibilidade e infraestrutura básica em áreas urbanas vulneráveis. A ausência de calçadas padronizadas e a presença de obstáculos afetam diretamente a segurança, o deslocamento diário e a qualidade de vida dos moradores.

O estudo completo pode ser consultado no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN

thiago martins

Sobre Thiago Martins, colunista do Por Dentro do RN

Thiago Martins é jornalista formado pela UFRN e há 15 anos dedica-se ao estudo e à cobertura do setor de mobilidade urbana. Escreve sobre o tema desde o início da carreira, colaborando com portais de notícias especializados e acompanhando de perto as transformações na mobilidade ativa, no setor de transportes e na infraestrutura urbana. É proibida a reprodução total ou parcial deste texto sem autorização do autor e sem a inserção dos créditos, de acordo com a Lei nº 9610/98.

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