Criado em 2018, o grupo tem promovido o debate sobre a acessibilidade e a inclusão das pessoas na cena
Neste sábado (03), comemora-se o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, uma data que surgiu em 1992 e é promovida desde então pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um dos mais importantes objetivos deste dia é mobilizar a sociedade a pensar na inclusão das pessoas com deficiência. Aqui no Estado, o projeto Movidos à Dança vem promovendo há alguns meses debates sobre essa temática junto à juventude potiguar.
O projeto, idealizado em parceria com a Mapa Realizações Culturais destaca as múltiplas possibilidades de inclusão, em especial através da dança.
Atuante em Natal desde 2018, Movidos propõe uma nova perspectiva para a dança, a partir da investigação da identidade de corpos diversificados, sem padrões estéticos tradicionais. Para Ariadna Medeiros, 32, bailarina do Movidos, pessoa sem deficiência, a dança é um lugar que acolhe todos os corpos: “ela não limita, não exclui, não julga, não ignora, ela simplesmente existe”, explica a artista.
“A importância do grupo para a sociedade é dar protagonismo a existência desses corpos dançantes que contam as suas narrativas e possibilidades de incluir para diversificar. Dançar é um trabalho árduo, requer atenção de qualquer corpo que busca o movimento para dançar e refletir”, completa Ariadna.
Reconhecer corpos diversificados, não é a realidade encontrada, em muitos lugares, por quem quer entrar no mundo da dança, afirma Daniel Silva, 39 anos, pessoa com deficiência, bailarino e idealizador do grupo: “não podemos afirmar que a dança de modo geral acolhe todos os corpos, porque ainda há padrões estéticos estabelecidos por uma sociedade preconceituosa, as pessoas não gozam das mesmas oportunidades para ingressar em grupos de dança e na arte de forma geral”, esclarece Daniel.
Corpos diversos na dança
Conforme apontado, uma das principais características do grupo é o acolhimento de corpos diversos. Sobre isso, o bailarino Michael Skimo, 27 anos, pessoa sem deficiência, reflete: “estar em cena é sempre um privilégio, principalmente com o Movidos, um grupo dá oportunidade para uma pluralidade de corpos raças e inclui referências da dança, como por exemplo, Street Dance, Breaking, Waalcking, Vogue, Hip Hop freestyle e outras mais.
A artista Jamaica, 42 anos, pessoa com deficiência, vê o grupo como uma forma de garantia e promoção do debate social sobre a inclusão. “Conferimos visibilidade, artística e cultural, com obras alegres, vibrantes e reflexivas que abraçam públicos de todas as idades. Me sinto viva, através da dança e com meu corpo único posso transmitir alegria e um olhar positivo da dança sobre rodas”, explica a bailarina.
Espetáculo REMIX e Movidos Dança
Uma das obras do Movidos é o espetáculo REMIX, sob a direção de Denise Stutz e direção Artística de Anderson Leão, que mergulha na dança e trata sobre a inclusão social e dá visibilidade à diversidade artística e cultural. Os jogos em cena que ocorrem nos espetáculos apresentados pelo Grupo Movidos trazem leveza às jornadas e aos corpos que atuam no palco. São movimentos que envolvem o público em narrativas visuais e rítmicas, além de propor questões importantes para discussão social.
Para Rodolpho Santos, 27 anos, bailarino sem deficiência, o Movidos simboliza a diversidade em harmonia e a possibilidade de um futuro mais acolhedor e respeitoso. “Dançar o espetáculo REMIX é reviver uma parte da minha vida e reconstruí-la em forma de arte, sorriso e leveza“, conclui.
Por isso, no Dia Mundial da Pessoa com Deficiência, falar sobre o trabalho do grupo é um importante apoio às causas relacionadas aos direitos das pessoas com deficiência na sociedade.
Movidos Dança Contemporânea é composto por cinco bailarinos – Rodolpho Santos, Ariadna Medeiros, Daniel Silva, Jamaica Macedo e Michael Skimó, tem direção artística de Anderson Leão, direção de produção de Tatiane Fernandes e conta com a produção executiva da MAPA Realizações Culturais.
Você pode fazer parte desta iniciativa: @movidosdanca e @maparealizacoes. Acesse, curta, compartilhe e ajude na promoção dos direitos humanos.
Foto: Brunno Martins
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