Policial penal inocentado cobra retratação do governo do RN

Policial penal inocentado cobra retratação do governo do RN

Ele pede uma investigação para esclarecer as circunstâncias da elaboração da nota da Seap que foi distribuída à imprensa durante o ocorrido

O policial penal do Rio Grande do Norte, Fabrício Amaro, recentemente inocentado em um processo administrativo, está exigindo que o Governo do Estado se retrate publicamente pela divulgação distorcida dos fatos relacionados a seu suposto relacionamento com mulheres trans no presídio de Ceará-Mirim, na Região Metropolitana de Natal.

Além disso, ele pede uma investigação para esclarecer as circunstâncias da elaboração da nota da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que foi distribuída à imprensa durante o ocorrido.

Conforme divulgado pelo POR DENTRO DO RN, o caso contra o policial foi arquivado. Amaro afirma que, de fato, houve a retirada de internas da cela nos dias 3 e 8 de novembro, mas os motivos foram a preservação delas e a apuração de possíveis condutas de coação por parte de outros agentes que atuam na unidade.

Confira a nota na íntegra de Fabrício Amaro cobrando os esclarecimentos:

Venho por meio desta nota pública expressar que, no exercício das minhas atribuições, ouvi, no dia 03/11/22, uma denúncia de duas internas que relataram estar sendo coagidas a forjar provas contra dois policiais. No dia 8/11/22, conduzi essas internas até a delegacia com o objetivo de permitir que formalizassem uma denúncia de coação supostamente realizada por um policial da inteligência da unidade prisional. Minha atuação teve como objetivo assegurar o direito dessas internas e garantir que a denúncia fosse devidamente registrada e investigada.

No entanto, de forma inexplicável e irresponsável, a Assessoria de Imprensa da SEAP divulgou uma nota em que expôs publicamente minha imagem e nome, enquanto o policial da inteligência, acusado de coação, permaneceu oculto. Essa distorção da informação causou graves danos a minha pessoa, tanto financeiramente quanto psicologicamente, além de afetar negativamente minha imagem pessoal e profissional.

É importante salientar que o policial acusado de coação é o mesmo que coletou imagens minhas no sistema de videomonitoramento da unidade, as mesmas imagens que foram para a imprensa, só que editadas de forma totalmente tendenciosa. Além disso, durante a ação, ele estava acompanhado da chefe de disciplina da unidade, a policial penal Regina.

Diante desses fatos, exijo que o presente caso seja apurado com a devida seriedade, a fim de esclarecer as razões pelas quais a nota divulgada pela Assessoria de Imprensa diverge totalmente dos fatos ocorridos. É fundamental identificar e responsabilizar os autores por essa distorção da verdade, incluindo, de forma preliminar: o policial acusado de coação; a chefe de disciplina Regina, presente no momento em que minhas imagens foram coletadas e possivelmente editadas; o chefe de segurança da unidade, o policial penal Manoel Vitor, que deu depoimentos no PAD que precisam ser verificados; o vice-diretor da unidade, o policial penal Thiago Calado, que argumentou no documento do meu afastamento que eu estava sendo afastado por contar minha versão aos meus colegas de trabalho, trazendo transtornos à unidade; e o diretor na época, o policial penal José Carlos, que negou a saída da escolta para a delegacia.

Exijo uma investigação minuciosa para apurar se a elaboração da nota foi baseada em informações erradas ou se houve uma intenção premeditada de difamar minha imagem. É fundamental que essa questão seja esclarecida e que todas as medidas necessárias sejam tomadas para identificar e responsabilizar os responsáveis por essa divulgação, que, na prática, foi um ataque midiático, que teve como alvo minha integridade e reputação.

É oportuno que a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP) emita uma nota de retratação, esclarecendo os fatos de acordo com a realidade dos acontecimentos, as provas anexadas nos Processos Administrativos Disciplinares que trataram do caso.

Fabrício Amaro, policial penal

Foto: Arquivo/POR DENTRO DO RN/Ilustração

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