Lula cobra mais atitude de Haddad e Alckmin

Lula cobra mais atitude de Haddad e Alckmin

Presidente destaca necessidade de diálogo e ações mais incisivas para garantir aprovação de medidas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante o lançamento do programa Acredita no Palácio do Planalto, enfatizou a importância da participação ativa de seus principais ministros na articulação política. O programa, que visa promover acesso ao crédito, será apresentado ao Congresso por meio de medida provisória, demandando aprovação legislativa em até 120 dias para sua continuidade.

Lula destacou a realidade do Partido dos Trabalhadores (PT) frente ao reduzido número de congressistas em relação ao total de parlamentares. Expressou a necessidade de uma postura mais ágil por parte de figuras-chave do governo, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Rui Costa (Casa Civil), instando-os a dedicarem mais tempo à interlocução política.

“É necessário dialogar com diferentes bancadas, A e B. Embora desafiador, na política, ou se adapta a essa dinâmica ou não se participa dela”, ressaltou o presidente. O governo petista enfrenta um momento delicado de desgaste no Congresso, o que reforça a urgência de ações efetivas para reverter esse cenário.

Nos próximos dias, Lula planeja encontros individuais com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), visando melhorar o relacionamento entre o Executivo e o Legislativo. Essas reuniões são uma tentativa de estabelecer canais mais produtivos de comunicação e cooperação entre os poderes.

Durante o evento de lançamento do Acredita, o presidente destacou que 87% dos acordos salariais fechados em 2023 previam aumentos acima da inflação, evidenciando a confiança dos empresários na economia. Expressou seu desejo por uma sociedade com uma “classe média sustentável”, caracterizada por uma distribuição de renda mais equitativa, sem extremos de riqueza ou pobreza. Lula reiterou sua intenção de não perpetuar uma cultura de dependência de programas sociais como o Bolsa Família, embora tenha lamentado as críticas frequentes à despesa pública como um todo, enfatizando a importância de reconhecer os investimentos governamentais como investimentos, não apenas como gastos.

Foto: Ricardo Stuckert / PR

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