Após 52 anos, Henrique Alves confirma saída do MDB e anuncia filiação ao PSB: “Aquela casa que construímos se apequenou”

Após 52 anos, Henrique Alves confirma saída do MDB e anuncia filiação ao PSB: "Aquela casa que construímos se apequenou"

Deputado federal por 11 mandatos consecutivos e um dos nomes que fundou o MDB no Rio Grande do Norte, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves anunciou nesta quinta-feira (30.mar.2022) sua saída dos quadros do partido. Henrique fez parte da legenda – que posteriormente mudou a sigla para PMDB e agora se chama novamente MDB – por 52 anos, e agora passa a integrar o PSB.

A saída ocorre em meio a divergências com a direção atual do MDB, comandada pelos primos de Henrique, Garibaldi Alves e Walter Alves – ex-senador e atual deputado federal, respectivamente. Apesar da sua história no partido, Henrique considera um distanciamento da direção estadual da legenda em relação a ele, o avalia como “um estranho e inesperado gesto”.

“A direção estadual do MDB não reconheceu os meus longos anos de militância no partido. Passou a não me ver, não me ouvir, não me falar. Não me querer…!” afirmou o ex-deputado, em carta divulgada. Ele foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1970, substituindo o pai Aluízio Alves, cassado pela Ditadura Militar em 07 de fevereiro de 1969.

Pela antiga legenda, além das 11 vezes em que foi eleito deputado federal, Henrique também tentou a disputa pela prefeitura de Natal (em 1988 e 1992) e governador do Rio Grande do Norte (em 2014), sendo derrotado nas três vezes. Ele afirmou que informou ao presidente nacional do partido, deputado federal Baleia Rossi (SP) e ao ex-presidente da República, Michel Temer, sobre sua saída do partido.

O ex-deputado deverá ser candidato novamente no pleito deste ano, desta vez pelo PSB, partido que escolheu para se filiar. Ele agradeceu às outras legendas que o convidaram para se filiar, entre elas Cidadania, Republicanos, PL e Avante.

Confira a carta de Henrique Alves na íntegra:

“Prezadas e Prezados conterrâneos! Queridas e Queridos bacuraus! Queria, por um milagre, que todos vocês pudessem me ver agora, escrevendo essas palavras. Uma emoção intensa, imensa. Um filme passando diante de meus olhos, em câmera lenta… MDB, a minha história. 1966, 56 anos de vida do MDB. 1970, início do meu caminhar.

Naqueles tempos difíceis, eu, um jovem de 21 anos, segurava a bandeira verde do MDB, com a coragem do mundo… porque aprendi cedo, com meu pai, que a luta é constante e a esperança não morre. Nunca estive só, pois sempre esteve ao meu lado o bacurau solidário, polegar para cima, camisa verde, o abraço, o aconchego. GRATIDÃO!!!!

Construímos, ao lado de tantos companheiros, de ontem e de hoje, uma casa linda, aconchegante, fraterna e democrática. Nesse caminhar de lutas e ideais, o reconhecimento do meu estado, que na minha décima primeira eleição, em 2010, me presenteou com a maior votação da minha história: 191 mil votos!

Nessa estrada de muito trabalho e serviços prestados, sofri também derrotas, percalços e provações, mas sem jamais esquecer minha origem e fortaleza: o ninho bacurau. Até que Deus, com sua bênção, me deu a maior vitória no Judiciário nacional: a absolvição, por unanimidade, de uma acusação absurda. Justiça foi feita!

Do Brasil, recebi o parabéns respeitoso. Do Rio Grande do Norte, o carinho e a solidariedade pelo reconhecimento da minha inocência. Bacurau verdadeiro, livre, enfim, para voar. Sobreveio, então, um estranho e inesperado gesto: a direção estadual do MDB não reconheceu os meus longos anos de militância no partido. Passou a não me ver, não me ouvir, não me falar. Não me quere!

Infelizmente, aquela casa que construímos se apequenou. Não falo de números, falo de sentimentos. O querer bem e fazer o bem. Saio hoje do MDB ao qual dediquei toda a minha vida. Porque a escolha, como disse Nelson Mandela, “tem que refletir a esperança e não o medo.”

Sigo movido pela esperança que nunca me faltou. Agradeço aos partidos Cidadania, PSB, Republicanos, PL, Avante, pelos convites tão honrosos que demonstram respeito pela nossa história e correção.

Aos que ficam, sem ressentimentos, desejo boa sorte! Vou buscar meus caminhos de paz, porque tem muito Rio Grande do Norte pela frente!

E, na saudade abençoada do meu pai, “sem ódio e sem medo.”

Foto: J.Batista / Câmara dos Deputados

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